Friday, December 01, 2017

Comércio e serviços ainda engatinham no uso de tecnologias para automação

São Paulo - Enquanto a indústria já apresenta um nível bom de automação, principalmente na produção, os setores de comércio e serviços ainda estão engatinhando quando se trata de investimentos em tecnologia. A área de relacionamento com o cliente e a loja são as mais carentes de ferramentas que automatizem processos.
A conclusão é do "Índice de Automação do Mercado Brasileiro", levantamento divulgado ontem e que mediu o grau de automação das empresas brasileiras em áreas como atendimento, relacionamento com o cliente, logística, sistemas, relacionamento com o colaboradores, e dentro das lojas e fábricas.
A pesquisa, realizada pela Associação Brasileira de Automação (GS1 Brasil), mostra que, dentre os três setores, a automação está menos presente no de serviços e principalmente entre as empresas pequenas. "A indústria começou muito cedo a investir em automação, com programas de qualidade e estimulada pelo aumento da competição internacional. Não tivemos movimento semelhante no comércio e muito menos no setor de serviços", explica o diretor de consumer da Totvs, Bruno Martinez Primati.
Segundo o estudo da associação, o nível de automação do mercado brasileiro como um todo é de 0,22, em uma escala que varia de zero a 1 (quanto mais próximo do 1 maior o grau de automação). Para a gerente de pesquisas da GS1 Brasil, Marina Pereira, o número é positivo, considerando as dimensões do País e o fato do estudo levar em conta empresas pequenas e médias. No setor de serviços o índice é de 0,15, no comércio de 0,20 e na indústria de 0,26 - considerando só a automação na fábrica, no entanto, o indicador sobe para 0,34, valor muito superior ao visto nas lojas (0,09).
"No comércio e serviços o investimento em automação ainda é pequeno. São setores que estão se preparando para isso", afirma Marina. De acordo com ela, dos dois setores o comércio é o que deve aumentar mais o aporte na automação nos próximos anos, com foco principalmente no ponto de venda. O diretor da Totvs, Bruno Primati, explica que isso vai ocorrer, em grande parte, por um estímulo do próprio consumidor brasileiro, que cada vez mais demanda do varejo um nível alto de automação dentro do ponto de venda.
Pequenas e grandes
Se na loja o índice da GS1 Brasil ainda é extremamente baixo no varejo, em áreas como logística e sistemas a situação é outra. "O comércio tem um nível um pouco maior de automação na parte de cadeia de suprimentos. Toda a parte de backoffice está com um nivel maior", resume Primati. O levantamento da GS1 Brasil mostra que em logística o nível de automação do comércio é de 0,31 e em sistemas de 0,32.
Outro aspecto destacado no estudo é a discrepância entre o investimento das grandes empresas e das pequenas em automação. Enquanto o índice é de 0,34 nas grandes, entre as pequenas ele cai para 0,21. Marina explica que isso ocorre por dois fatores: certo desconhecimento das empresas de menor porte sobre os benefícios e ganhos de produtividade ao apostar em soluções que automatizem os processos; e uma inclinação menor de injetar capital. "As grandes têm um nível maior de automação porque possuem uma predisposição maior para investir", diz.
Consumidor
O levantamento da associação mediu ainda o grau de automação entre os consumidores brasileiros, analisando aspectos como acesso à internet, aplicativos, e automação em eletrodomésticos, no carro, residência e nos itens pessoais.
A conclusão é que o brasileiro possui um grau de automação alto em termos de acesso à internet e aplicativos, com índices de 0,41 e 0,26, respectivamente; mas muito baixo em se tratando da automação na casa, carro e itens pessoais (a chamada internet das coisas). Nos três quesitos o nível cai para 0,09, 0,04 e 0,03. "Ainda estamos dando os primeiros passos na internet das coisas no Brasil. Conforme ela for sendo mais divulgada, os índices tendem a aumentar", diz.
Em relação ao nível de automação por região, o estudo da GS1 Brasil mostra que o Sudeste possui o maior índice, de 0,23, seguido pelo Nordeste, com 0,22. A região brasileira que apresenta o pior grau de automação, segundo a entidade, é o Sul, com um índice de 0,21. (veja mais no gráfico).
DCI - 01/12/2017
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