Tuesday, July 29, 2014

Queda nas vendas de veículos atinge autopeças

A queda nas vendas de automóveis no País tem refletido em problemas para as fabricantes de autopeças instaladas em Sorocaba. De acordo com o escritório regional do Centro das Indústrias do Estado de São Paulo (Ciesp), a cidade conta com forte presença de empresas desse setor, que sofre com a retração nas vendas de carros, caminhões, tratores e colheitadeiras. A estimativa é de que as vendas dos carros leves caiam 18% neste ano, enquanto os veículos maiores tenham uma retração de até 21%. Esse problema afeta muitas empresas locais, que têm realocado funcionários ou dado férias para não ter de demitir.
'Ano passado, quando fechamos o planejamento de vendas de 2014, prevíamos um aumento de 30%; alguns clientes postergaram seus projetos e, em maio, passamos a previsão para 10%. Porém, teve a Copa do Mundo e o mês de junho foi muito ruim. Estamos prevendo um aumento de 3% em relação a 2013 agora', relata André Dalossi Costa, diretor da Delfingen, empresa que produz componentes produzidos em plástico para instalação de tecnologia em veículos.
Para Dalossi, existia grande euforia por parte do mercado em relação a 2014. Porém, além de as expectativas não se confirmarem, a Copa do Mundo chegou como 'uma tacada final' contra as projeções de crescimento. De acordo com ele, o mês de junho foi o pior em toda a trajetória histórica da Delfingen. 'E a gente é ligado muito fortemente à industria automobilística', destaca o diretor.
As vendas da Hencel, indústria de artefatos e peças plásticas para veículos, também registram quedas sucessivas, conta o diretor da empresa, Henrique Ataíde Sobrinho. 'Efeito (da queda nas vendas de veículos) é grande e não somos fornecedores diretos, mas estamos na cadeia', diz. Segundo ele, nos anos de 2012 e 2013, a produção mensal da empresa era de um milhão de peças por mês. De de abril a junho deste ano, contudo, as vendas foram sendo reduzidas: 380.370 peças, em abril; 363.300, em maio; 318.000, em junho; e julho deve fechar com cerca de 281.000 peças vendidas.
Sem demissões
A queda nas vendas de veículos já haviam refletido em 268 demissões no grupo Schaeffler (INA, LUF E FAG), em Sorocaba, conforme matéria de junho, publicada pelo jornal Cruzeiro do Sul. Contudo, mesmo diante do cenário ruim para as vendas, os diretores da Delfingen e da Hencel afirmam que têm feito o possível para não demitir funcionários neste momento. As opções deles tem sido pelas férias ou realocação de empregados da produção para outras funções. 'Estamos evitando mandar funcionário embora, fazendo tudo o possível', diz Henrique Ataíde, da Hencel.
'Diminui quadros na produção e realoquei para vagas administrativas que tínhamos abertas, para não ter de demitir', conta André Dalossi, da Delfingen. Outra forma possível, ele acrescenta, foi aproveitar o momento com funcionarios que já tinham férias acumuladas. 'Tinha a possibilidade de férias coletivas, que o sindicato deu, caso precisasse. E, de alguma forma, posso colocar pessoal em licença e depois, em um futuro, descontar em férias', complementa.
Resto do ano
Para o vice-presidente do Ciesp, Erly Domingues de Syllos, o setor de cadeia automotiva tem forte presença em Sorocaba e tem preocupado o Ciesp. No entanto, ele diz, as expectativas para o segundo semestre são de estabilidade. 'Não vai ser nada acalentador, mas vai ser estável ou com pequena queda', afirma.
Infomet - 29/07/2014
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