Friday, September 13, 2013

Pão de Açúcar tem melhor desempenho em agosto

O presidente do Grupo Pão de Açúcar (GPA), Enéas Pestana, disse ontem que os dados já disponíveis pela empresa mostram que o mês de agosto teve um melhor desempenho de vendas do que julho, mas ainda é preciso esperar os números de setembro para verificar mais claramente o comportamento do consumidor no terceiro trimestre. "Julho foi pior que agosto. Agora, setembro tem um sábado a menos e isso afeta o desempenho do mês", disse ele ao Valor, ao ser questionado sobre os dados publicados ontem pelo IBGE, de aumento de 6% nas vendas do comércio em julho, em relação julho de 2012 - na comparação com junho deste ano o aumento foi de 1,9%. Os resultados ficaram acima das previsões dos analistas.
O consumidor pode ter adiado as compras, de junho para julho, especialmente de bens duráveis. E esse movimento pressionou para cima a taxa de expansão do mês, disse ontem Sussumu Honda, presidente do conselho consultivo da Associação Brasileira de Supermercados (Abras). Honda e Pestana estavam ontem na 47º Convenção da Abras, em Atibaia (SP).
"Acreditamos que houve uma postergação das vendas de junho para julho. Mas apesar disso, os sinais que temos hoje mostram que o ritmo de vendas apurado em agosto [em supermercados] foi muito bom, e no mês passado já não tivemos essa migração de demanda", afirmou Honda.
Uma das razões levantadas pelo governo, para explicar o ritmo de crescimento em julho foram os efeitos no varejo do "Minha Casa Melhor, programa do governo federal que oferece financiamento subsidiado na compra de móveis e eletrodomésticos. Sobre essa questão, Pestana disse que, para a companhia, o programa tem tido bons resultados, "mas não dá para dizer ainda que está fazendo a diferença", afirmou. "É algo que ainda está no começo". Os efeitos do Minha Casa Melhor variam de acordo com a rede, correspondendo a uma fatia de 1% a 8% da receita das varejistas, como informou o Valor na terça-feira desta semana.
O presidente do GPA disse ainda que o processo para a oferta de ações da Via Varejo tem evoluído conforme o esperado e a empresa está se programando para a operação com base nos números do terceiro trimestre da companhia, que serão publicados ao mercado em novembro. A Via Varejo é formada da união das redes Casas Bahia e Ponto Frio. Portanto, levando em conta que são pelo menos dois meses de análise da documentação da oferta na Comissão de Valores Mobiliários (CVM), é provável que a operação só ocorra a partir do início de 2014. Pestana não quis falar em prazos para a oferta da varejista.
Questionado sobre as expectativas de negociações com as indústrias, para a programação de compras para o próximo ano, num ambiente de pressões do dólar, Pestana disse que se houver uma perda no ritmo de valorização do dólar, é possível que se consiga negociar os próximos contratos sem reajustes de preços. "Em alimentos praticamente não sentimos pressões. Em duráveis, temos um estoque ainda que dá para segurar [eventuais novas tabelas], mas pode ser que não venham aumentos se o dólar começar a cai".
O executivo disse ainda, durante sua apresentação no evento, que é preciso "parar de brigar com a indústria". Segundo ele, "não dá mais para um querer arrancar dinheiro do outro e achar que não tem gente preparada e inteligente do lado de lá", afirmou. "Vamos parar de brigar. Está na hora de a gente ganhar dinheiro e parar de comemorar ganho de 2% na última linha [margem de lucro]", afirmou.
Pestana disse ainda que o momento atual é de aumentar investimentos no país, para gerar um ciclo positivo. "Agora é a hora de investir, e não de pisar no freio".
Valor Econômico - 13/09/2013
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