Friday, January 06, 2017

Varejo de moda praia precisará mais do que sol para aquecer neste verão

São Paulo - Acompanhando os resultados do mercado varejista, as marcas especializadas em moda praia devem manter desempenho enfraquecido nesta temporada, abaixo de 2016. Para mudar a projeção, a aposta será diversificação de produtos em busca de maiores tíquetes de venda e parcerias.
"Neste começo de ano os patamares de venda estão baixos, inferiores ao início de 2016", afirma o presidente do Instituto Brasileiro de Executivos de Varejo e Mercado de Consumo (Ibevar), Claudio Felisoni de Angelo. Segundo ele, apesar do cenário econômico ter apresentado um 'melhor humor', neste momento a renda das familiar está mais apertada e as taxas de juros continuam altas nas diversas formas de financiamento. "Isso sinaliza um cenário pouco otimista para o varejo que depende da renda das famílias", conta.
Apesar de não possuir projeções concretas para o nicho, o professor ressalta que deve acompanhar a média do varejo, com quedas reais próximas a 3% e 4%.
Nas duas lojas próprias da marca Amir Slama, também fica claro o cenário de retração. "Você percebe uma vontade de consumir, mas uma menor capacidade de compra", coloca o diretor criativo da rede, Amir Slama..
Mesmo assim, ele mantém projeções mais positivas para 2017. "Em 2015 tivemos uma retração de 25%, em 2016 alta de 15%, mas não foi o suficiente para recuperar a queda. Já neste verão de 2017 achamos que voltamos a patamares de 2014", conta.
Entre as estratégias que Slama tem usado para alavancar as vendas no verão está a parceria com outras marcas, como a Batiche Astrid Monteiro de Carvalho e L'été. "É uma forma de ter outros produtos no meu espaço por um custo diferenciado - como o infantil que não tinha antes e já tinha demanda-, e na contrapartida a outra marca fica com uma coleção assinada. Desta forma consigo até um aumento do tíquete médio", descreve.
Independe do cenário, ele aponta que conseguiu encontrar oportunidades, por exemplo, abrir uma franquia de sua marca em Ribeirão Preto (SP) que além de ser uma porta para expandir no Brasil, também deve ser o modelo de crescer no mercado internacional.
Aproveitando a estratégia de diversificação de produtos, as marcas Euro e Touch que oferecem óculos de sol e outros acessórios para o verão também esperam desempenho melhor. "Temos um resultado satisfatório pelos multiprodutos. Começamos com semijóias na Euro e pulseiras de couro na Touch. Isso ajudou para um 2016 positivo [para as marcas] e deve se manter", afirma a gerente de varejo e novos negócios do Grupo Technos, Renata Barbieri.
De acordo com ela, uma estratégia que tem funcionado é a parceria com blogueiras. "Temos linhas [de óculos de sol] lançadas com blogueiras e temos resultado positivo, porque os óculos é muito procurado por quem gosta de moda", diz. Na Touch, o produto tem 30% de participação no faturamento, mas deve chegar a 40% no verão. Já na Euro é de 22% e deve atingir 35%.
Sem crise
No segmento de vestuário com proteção UV, o diretor comercial da Litoraneus UV Protection, Neto Lima, explica que houve uma desaceleração do crescimento, mas a rede não teve queda e a perspectiva é em 2017 as vendas para o verão fiquem 20% acima de 2016. "Em janeiro realmente há um aumento do volume, mas em geral a nossa demanda não oscila muito. Até porque a maior parte das nossas unidades está no Norte e no Nordeste, onde há demanda o ano todo."
Uma das vantagens da loja, segundo ele, é a diversidade. "Temos moda casual, praia e esportiva. O cliente entra para ver o biquíni e encontra mais", diz. Atualmente, a empresa possui 108 lojas e a meta em 2017 é abrir mais de 100, com foco no Sul e Sudeste.
Aposta no segmento
Mirando nas oportunidades do mercado de praia e surf, o Grupo Amazonas anunciou no final de 2016 a produção e distribuição exclusiva da marca Reef no País, por cinco anos. "O Brasil tem mais de sete mil quilômetros de litoral e dois campeões mundiais de surf, o mercado tem muito espaço para crescer", afirmou o diretor do grupo Amazonas, Denilson Farias. Só em 2017, a marca espera atingir 200 pontos de venda especializados. Com a marca, o grupo quer 20% de alta na produção de calçados, core da fábrica, atingindo 73 milhões. A parte de vestuário deve ser terceirizada. "Já temos um grande porfólio de pedidos."
A companhia, que também fornece componentes para calçados, aponta que uma estratégia para crescer no nicho será ofertar também produtos de seus clientes para aumentar a participação nas lojas de moda surf e praia.
DCI
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