Monday, March 23, 2015

Brasil continua sendo destino dos investimentos do grupo Hyundai

Do parafuso ao navio. A definição rotineiramente usada para a amplitude das operações da Hyundai no mundo também pode ser vista no Brasil, que continua sendo destino de investimentos da gigante sul-coreana.
Prova disso é a visita programada do CEO global do conglomerado, Sang-Ho Han, ao Brasil para conhecer de perto as operações do grupo.
"Ele deve vir conhecer o País em breve, dada a importância do mercado brasileiro", afirmou ao DCI o presidente da Hyundai Elevadores, Jong Gab Park.
A divisão investiu US$ 65 milhões em uma fábrica de elevadores em São Leopoldo (RS) para atender à demanda do mercado imobiliário. A projeção da empresa é atingir pelo menos 10% de marketshare já no ano que vem neste concentrado segmento, que reúne cerca de apenas cinco fabricantes locais.

"Temos a expertise dos elevadores mais modernos do mundo, portanto, conseguimos competir com preço e qualidade. Vamos conquistar os clientes", garante Park.
A Hyundai Elevadores atuará em novas construções e também no segmento de reparo. Segundo Park, um dos contratos mais importantes da companhia no País já está fechado: um lote destinado à Vila Olímpica no Rio de Janeiro, onde acontecerá a Olimpíada de 2016.
"Acreditamos que esta será uma excelente oportunidade de exposição para os nossos produtos", avalia o executivo. A encomenda contribuirá sensivelmente para que a divisão da Hyundai eleve a sua participação de mercado.
A matriz sul-coreana decidiu investir em uma operação fabril no País em meados de 2008. O projeto contempla atender, além do mercado brasileiro, toda a América Latina e Central. A unidade fabril de São Leopoldo é a única fora da Coreia do Sul e da China; outra fábrica ainda está em construção na Índia.
"A decisão de se instalar no Brasil foi baseada em um cenário de longo prazo. Apesar da instabilidade momentânea que o País atravessa, a matriz enxerga muito potencial para o mercado brasileiro", destaca.
O executivo ressalta ainda que a empresa está investindo na capacitação de profissionais brasileiros para que eles possam ocupar os cargos de chefia na divisão. Além disso, a matriz já estuda destinar mais aportes para sua subsidiária brasileira de elevadores.
"Nas próximas semanas, devemos receber um investimento adicional de mais de US$ 20 milhões para aprimorar nossas operações locais", revela Park.

Agressividade
A agressividade dos sul-coreanos nos negócios pode ser verificada nos planos da Hyundai Rotem, braço de trens do grupo asiático. A companhia decidiu em 2014 abrir uma fábrica em Araraquara (SP), projeto que demandou um aporte total de US$ 40 milhões.
A capacidade instalada da planta será de 200 carros por ano. "Vamos entrar no mercado para conseguir 40% de market share", afirma o presidente da divisão, André Han.
O faturamento da Hyundai Rotem no primeiro ano de operação deve atingir R$ 100 milhões, passando para R$ 150 milhões no segundo ano.
No entanto, a meta da subsidiária precisa passar por um cenário de retração dos aportes em obras públicas em geral. Han admite que os investimentos públicos em transportes têm demorado para sair do papel, mas o executivo se mantém otimista.
"Apesar do cenário de instabilidade, a matriz tem convicção de que o Brasil está disposto a investir no transporte público", acredita Han.
Cenário promissor
Apesar da retração do mercado brasileiro, a divisão Power Products da Hyundai decidiu se instalar localmente para a montagem (CKD) de máquinas leves para construção civil e também geradores a diesel e gasolina. A operação se dará por meio de um parceiro brasileiro, a Emit, que já atua no segmento há 11 anos.
"Temos registrado aumento da demanda por esses produtos no País já há algum tempo", afirma o CEO da Emit, Murilo Farias. E a decisão não poderia ter sido tomada em um momento mais propício, uma vez que o risco de racionamento de energia deve impulsionar as vendas de geradores.
Segundo ele, as negociações vêm ocorrendo desde 2011 e a perspectiva de racionamento não havia sido contemplada à época. "A decisão não foi tomada em razão da crise. Não se trata de uma estratégia de oportunismo e sim de longo prazo", destaca.
A companhia brasileira continuará comercializando seus produtos, mas será distribuidora exclusiva de Power Products da empresa sul-coreana no Brasil. A projeção da Emit é atingir um faturamento Hyundai de até R$ 12 milhões, em 2015. Para os próximos três anos, a meta do grupo é faturar R$ 50 milhões.
O executivo não descarta, no entanto, a produção local das máquinas da Hyundai Power Products. "Dependendo da demanda, podemos avaliar essa decisão", acrescenta.
Farias afirma que não só a Hyundai, mas outros grupos têm interesse em investir aqui. "A empresa tem como meta ampliar sua atuação no País", revela. O gerente da Hyundai para a divisão, Dongil Lee, concorda. "O Brasil é um mercado fantástico, com características próprias que o tornam único. Ter a Power Products no País é uma realização", diz.
DCI
Related products
See this news in: english
Other news
DATAMARK LTDA. © Copyright 1998-2024 ®All rights reserved.Av. Brig. Faria Lima,1993 third floor 01452-001 São Paulo/SP