Thursday, September 12, 2013

Lafarge almeja novos mercados no Brasil

A fabricante francesa de materiais de construção Lafarge, líder na produção mundial de cimento, quer se consolidar entre os três maiores fabricantes do produto no mercado brasileiro, atrás da Votorantim, líder absoluta, e de InterCement / Cimpor. Atualmente, a companhia briga pela terceira posição com o grupo pernambucano João Santos.
Até meados de 2014, a empresa vai finalizar investimentos de R$ 200 milhões em aumento da capacidade de produção das fábricas de cimento e das unidades de concreto que opera no país.
Presente no Brasil desde 1959, a empresa tem oito fábricas: uma no Rio de Janeiro, quatro em Minas Gerais, uma em Goiás, uma na Bahia e outra na Paraíba. Com os investimentos em curso, vai alcançar produção de 8 milhões de toneladas, informa Alexis Langlois, presidente da subsidiária Lafarge Brasil há um ano e meio.
O executivo, formado administrador de empresas e parisiense nascido no bairro do Quartier Latin, chegou de um período de três anos no Egito, onde cuidou também da área de recursos humanos da Orascom, subsidiária da Lafarge na África e Oriente Médio.
Langlois avalia que o mercado nacional de cimento continuará a crescer na faixa de 3% a 5% ao ano nos próximos cinco anos. "Há muito o que fazer ainda no país que demanda muito cimento e concreto: obras de infraestrutura, moradias, hospitais e escolas", afirmou.
As vendas de cimento no Brasil tem oscilado no ano e o consumo desacelerou na comparação com 2010 e 2011, quando as taxas de crescimento atingiram níveis de 15%. De janeiro a agosto, a alta atingiu 1,9%, com 46.4 milhões de toneladas. A previsão para o ano é de 72 milhões de toneladas.

Outra aposta é o segmento de concreto. "É um mercado que cresce a taxas de 10% a 15% ao ano", afirma o executivo. A empresa tem quase 60 unidades no Sudeste e já instalou dez outras no Nordeste, região onde estreou, em julho de 2010, com a aquisição de duas fábricas de cimento da Votorantim. "E vamos crescer mais nessa região".
A incorporação das fábricas da Votorantim - Bahia, Paraíba e Goiás - resultou da troca da participação de 17% que detinha da cimenteira portuguesa Cimpor. A operação que foi avaliada na época (fevereiro de 2010) em torno de € 750 milhões foi mais um passo para crescer nos países emergentes e em outras regiões brasileiras.
Segundo Langlois, em visita a Brasília no início do ano, o CEO global da Lafarge informou à presidente da República, Dilma Rousseff, que o grupo tem plano de investir R$ 1 bilhão no país em cinco anos. Um quinto será completado até a metade de 2014.
"Depois que acabarmos essa primeira fase, vamos começar a pensar nos novos projetos", disse, evitando dar detalhes dos novos planos do grupo. A nova onda de investimentos vai avaliar várias alternativas, observou o executivo. Por exemplo: mais avanço para o Centro-Oeste, parcerias ou mais expansão no Sudeste e Nordeste.
No momento, a Lafarge está concluindo a expansão de sua fábrica de Cantagalo (RJ), após instalar uma moagem no distrito de Santa Cruz, no Rio, próximo da siderúrgica ThyssenKrupp CSA. A empresa usa parte da escória, um resíduo da produção do aço. As demais unidades estão em reforma e modernização. Vão ficar aptas a produzir 10% mais em relação à capacidade atual. Neste ano, a Lafarge deverá produzir e vender em torno de 6,5 milhões de toneladas.
No ano passado, a companhia teve faturamento de R$ 1,7 bilhão.
Paralelamente ao aumento de capacidade, a Lafarge busca introduzir no país novas aplicações de cimento e outros produtos para ganhar novas fatias de mercados. Em alguns casos, mercados mais sofisticados, com produtos tecnologicamente mais elaborados. Como cimento com características de drenagem, útil para calçadas das cidades, quintais de casas e estacionamentos. E o Artevia, concreto decorativo voltado para ciclovias e outras aplicações.
Outro exemplo é a formulação de argamassa estabilizada, importada da Franca, que passa a ser oferecida na obra em estado úmido, com duração de 24 horas. A empresa vende também seu sistema de bombeamento. Já é utilizada em prédios residenciais de Belo Horizonte e nas fachadas do novo aeroporto de Natal (RN).
Na cidade do Rio, a empresa pretende abrir seu terceiro laboratório de sistemas construtivos nos países emergentes, depois de China e Índia. "O de Lyon, na França, fica muito distante", diz Langlois. A obra deverá ter custo em torno de R$ 4 milhões.
Com o lema "Construindo Cidades Melhores", a empresa olha como estratégia futura trazer inovações para a crescente urbanização nos países. Com o apoio da Finep, lançou um estudo para identificar soluções de melhorias de construções em áreas de favelas nas grandes cidades brasileiras. "Vamos começar pelo Rio e buscamos parcerias de construtoras".
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