Wednesday, December 18, 2013

Braskem fecha a compra da rival Solvay Indupa por US$ 290 milhões

Após quase um ano de negociações, a Braskem venceu a disputa com grupos estrangeiros e anunciou ontem a aquisição da Solvay Indupa, concorrente no mercado de PVC. A operação, avaliada em US$ 290 milhões, torna a petroquímica brasileira a quarta maior fabricante de PVC das Américas - além de única fabricante nacional da resina -, e marca a entrada do grupo no mercado argentino.
Desde 2010, quando anunciou a incorporação da Quattor, a Braskem também não possui concorrentes brasileiros nos mercados de polipropileno e polietileno.
Ao comprar a rival, cujo faturamento anual está estimado em cerca de US$ 750 milhões, a petroquímica brasileira deve atingir a marca de R$ 40 bilhões em receita anual. A operação, no entanto, ainda depende da aprovação do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) e de autoridades regulatórias argentinas.
A diretoria da Braskem evitou fazer projeções de quando a transação poderá receber o aval do Cade, mas mostrou otimismo em relação à aprovação. "Está estabelecido no Brasil que o mercado de resina é um mercado global", afirmou o presidente da Braskem, Carlos Fadigas, reproduzindo entendimento do Cade no processo de análise da compra da Quattor. Mesmo após a aquisição da Solvay, a Braskem terá uma participação de mercado de apenas 2% na indústria global de PVC, segundo Fadigas.
Localmente, porém, a operação é relevante. A capacidade instalada de PVC da Braskem será ampliada de 710 mil para 1,250 milhão de toneladas anuais, quase metade do mercado sul-americano. A aquisição da Solvay Indupa também representa o ingresso da Braskem no mercado argentino, assim como a possibilidade de produzir PVC na região Sudeste, principal mercado consumidor do Brasil. A Braskem operava, até então, fábricas de PVC em Alagoas e na Bahia.
A proximidade com o mercado da região Sudeste justifica a intenção da Braskem de promover uma ampliação na fábrica da Solvay Indupa localizada em Santo André. A expansão seria de 50 mil toneladas anuais, ou 15% da atual fábrica, mas ainda não tem uma data para a ampliação ocorrer.
Aquisição. O montante de US$ 290 milhões considera, além da assunção de dívidas da Solvay Indupa, a intenção da Braskem de realizar uma oferta pública de aquisição (OPA) das ações representativas de 29,41% do capital da Solvay Indupa. O acordo envolve apenas 70,59% do capital da Solvay Indupa detido pela Solvay Argentina, uma empresa do Grupo Solvay. A transação está avaliada em cerca de US$ 200 milhões, sendo o restante destinado à futura oferta pública de ações.
A operação não deverá provocar mudanças no nível de endividamento da Braskem, segundo o vice-presidente Financeiro e de Relações com Investidores Mario Augusto da Silva. "(A aquisição) terá uma parcela bem pequena de caixa. Por isso, do ponto de vista da alavancagem, ela é neutra", afirmou.
Em comunicado divulgado na noite de ontem, o Grupo Solvay esclareceu que a venda renderá apenas US$ 25 milhões ao caixa da companhia. "O montante de caixa resultante para a participação da Solvay será de US$ 25 milhões (18 milhões de euros). O desinvestimento deve gerar uma perda líquida (não-caixa) de cerca de 120 milhões de euros nas ações do Grupo Solvay", informou o grupo europeu.
Concluído o acordo, o número de fábricas operadas pela Braskem saltará de 36 para 40 unidades, das quais 31 fábricas no Brasil e nove no exterior (Argentina, Estados Unidos e Alemanha). A capacidade instalada de produção de resinas termoplásticas da Braskem, categoria na qual estão incluídos o PVC, o polietileno e o polipropileno, crescerá 7% após a incorporação da Solvay, de 7,68 milhões para 8,22 milhões de toneladas anuais, reforçando assim a condição de líder na produção de resinas termoplásticas alcançada pela Braskem desde que iniciou seu movimento de internacionalização.
Criada em agosto de 2002, a Braskem deu seu primeiro passo internacional em 2010, quando adquiriu ativos da Sunoco Chemicals nos Estados Unidos, dias após o anúncio de compra da Quattor. No ano seguinte, a petroquímica brasileira anunciou a compra de ativos da Dow Chemical nos Estados Unidos e na Alemanha, e com isso se tornou a maior fabricante de polipropileno do mercado norte-americano.
O Estado de São Paulo - 18/12/2013
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