Tuesday, November 26, 2013

Klein e Casino podem captar R$ 4,8 bi

A oferta de ações da Via Varejo, controlada do Grupo Pão de Açúcar e formada da união entre Ponto Frio e Casas Bahia, deve movimentar entre R$ 2,75 bilhões e R$ 4,88 bilhões, sendo que a família Klein, fundadora da Casas Bahia, deve embolsar até R$ 3,03 bilhões na operação. O GPA, controlado pelo Casino, irá obter até R$ 1,85 bilhão. Os valores são calculados com base no teto da faixa de preço da unit a ser ofertada, e no valor total das units (incluindo lotes adicional e suplementar), informados ontem em aviso ao mercado.
Como trata-se de uma oferta secundária, os recursos irão para o bolso dos acionistas e não serão investidos na varejista. Esta será a segunda maior oferta pública de ações do ano, menor apenas que a do BB Seguridade, com base nos anúncios já realizados. Os ativos serão negociados na BM&FBovespa após o dia 16 de dezembro.
O IPO deve ser a porta de saída da família Klein dos negócios da Via Varejo, apurou o Valor - eles se mantêm como sócios minoritários após essa oferta mas, um ano após a operação, estão livres para vender nova participação, segundo acordo de acionistas.
Ao fim das contas, apesar da oferta secundária não ocorrer em paralelo à primária, como geralmente ocorre - o que poderia ser visto como falta de confiança da empresa no negócio - a operação foi avaliada pelo mercado como uma forma de resolver as questões envolvendo os sócios Klein e o Grupo Pão de Açúcar. Existiram divergências em relação à forma de se conduzir o negócio no passado.
A empresa decidiu não fazer uma oferta primária, quando o valor captado é aplicado na companhia, por entender que tem caixa para investimentos a curto e médio prazos, apurou o Valor. Metade dos recursos da oferta primária iria para aquisição de novos negócios e 30%, para logística e tecnologia, como a companhia já havia informado ao mercado.
Com a venda das units, o GPA reduzirá sua fatia acionária na Via Varejo. Se forem colocados os lotes suplementar e adicional, o grupo reduzirá sua posição de 52,4% do capital social (ordinárias e preferenciais), para 39,6%. Em ações ON (com direito a voto) a fatia do GPA diminuiria de 68,2% para 59,8%. A definição da nova participação dependerá da demanda dos papéis no mercado, por isso, a companhia considera, em seu prospecto da oferta, diferentes cenários.
A Via Varejo venderá, inicialmente, 107,562 milhões de papéis e, considerando os lotes suplementar e adicional, o volume pode chegar até 145,2 milhões de ativos. Cada unit será composta por uma ON e duas PNs. A companhia indicou o preço por ativo na faixa entre R$ 25,60 e R$ 33,60. O preço final do lançamento será definido em 12 de dezembro.
O GPA será responsável pela venda de mais de um terço das units na oferta secundária da Via Varejo, considerando a colocação de todos os lotes. Já a família Klein (incluindo Michael Klein e todos os veículos de investimento da família) terá o volume maior, cerca de 62% do total colocado. O grupo venderá até 55,125 milhões de units e os Klein, no máximo 90 milhões do total de 145,2 milhões de papéis que serão ofertados.
Esses números consideram o desdobramento de ações da Via Varejo de uma ação para quatro e a conversão de ordinárias em preferenciais. As units serão compostas por uma ação ON e duas PN.
Era para acontecer uma oferta primária em paralelo à colocação secundária de ações. Mas o GPA desistiu da ideia, como determinava o acordo de acionistas assinado com entre o grupo e os Klein em 2010. Pelo definido no contrato, a primária seria de, no mínimo, 10% do capital social da Via Varejo. Uma oferta primária reduziria mais a fatia do grupo na Via Varejo, mas o controle seria mantido.
A capacidade de investimentos da rede nos próximos anos, que já estaria suprida pelo volume de caixa atual, explica a decisão de manter apenas a oferta secundária, segundo uma fonte. O setor de varejo é um negócio de altos investimentos em expansão orgânica e com competição acirrada em praças regionais. A Via Varejo é uma empresa que ainda está em processo de integração dos negócios entre Casas Bahia e Ponto Frio, e apesar de estar em fase de ajustes, os últimos números mostram situação de caixa confortável.
Valor Econômico - 26/11/2013
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