Wednesday, November 27, 2013

Flórida usa menos laranja por tonelada de suco do que SP

A diferença entre os rendimentos industriais do processo de produção de suco de laranja obtidos na Flórida e em São Paulo foi novamente expressiva na safra 2012/13, com vantagem para o Estado americano. Ambos reúnem os maiores parques citrícolas do planeta, com larga vantagem para o brasileiro, onde estão radicadas as grandes exportadoras de suco do país.
Conforme estudo da MB Agro feito a pedido da Associação Nacional dos Fabricantes de Sucos Cítricos (CitrusBR), enquanto em São Paulo as indústrias usaram 263,5 caixas de 40,8 quilos para produzir uma tonelada de suco de laranja concentrado e congelado (FCOJ, na sigla em inglês), na Flórida foram utilizadas 233 caixas - um diferencial de 13,1%, que desde a safra 2000/01 só foi maior em 2011/12 (17,7%). De 2000/01 para cá, o rendimento industrial médio só foi maior em São Paulo nos ciclos 2002/03, 2003/04 e 2005/06 (ver gráficos), basicamente em virtude de problemas na produção da fruta no Estado americano.

De acordo com a MB Agro, que é um braço da consultoria MB Associados, boa parte dessa desvantagem paulista pode ser explicada pelo maior uso de variedades precoces de laranja de menor rendimento nos blends e pela expansão da produção em regiões que produzem naturalmente frutas com menor teor de sólidos solúveis. Isso apesar de o volume de produção da fruta no polo brasileiro ser bastante superior ao da Flórida já há décadas.
Em 2012/13, temporada já encerrada no Brasil e nos Estados Unidos, a produção de laranja em São Paulo e no Triângulo Mineiro - onde as indústrias exportadoras de suco radicadas em São Paulo também se abastecem de matéria-prima - alcançou 387,2 milhões de caixas, quase três vezes mais que na Flórida (133,4 milhões). No Estado brasileiro, havia na temporada 456,3 mil hectares em produção, ante 173,8 mil na Flórida. Eram 165,8 milhões de árvores produtivas no parque paulista, ante 56,8 mil na Flórida. Nesta safra 2013/14, a colheita será menor nos dois cinturões. Na Flórida, as estimativas iniciais apontam para o menor volume em mais de 20 anos.
A produtividade agrícola do Estado brasileiro também voltou a ser maior. A colheita rendeu 848,5 caixas de laranja por hectare, ante 767,7 caixas no Estado americano. Havia 363,4 plantas produtivas por hectare em São Paulo e no Triângulo Mineiro em 2012/13, ante 326,9 na Flórida, em uma mudança estrutural que ganhou força desde a década passada. Em busca de produtividade, redução de custos e vantagens fitossanitárias, os pomares brasileiros tornaram-se cada vez mais adensados.
Valor Econômico - 27/11/2013
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