Thursday, October 31, 2013

Alta da demanda é aposta de fabricantes de pneus no País

Apesar do aumento contínuo das importações, os fabricantes de pneus estão animados com a demanda projetada para os próximos anos no Brasil. A Dunlop, do grupo japonês Sumitomo Rubber Industries, está começando a escoar as primeiras unidades de sua produção local, após investir R$ 750 milhões na construção de uma fábrica no Paraná. Já a italiana Pirelli espera garantir sua fatia de mercado no País com um programa de aportes de US$ 200 milhões até 2015.
"O agronegócio e as perspectivas de obras de infraestrutura devem contribuir para alavancar a nossa demanda de forma significativa no Brasil", afirmou o diretor-geral de operações da Pirelli na América do Sul, Gianfranco Sgro, durante apresentação no Salão Internacional do Transporte (Fenatran), nesta segunda-feira. A marca italiana é uma das líderes do mercado nacional de pneus, com cerca de 25% de market share, e possui cinco unidades fabris no País. A capacidade de produção da empresa é de 370 mil toneladas por ano somente no Brasil, número que sobe para 400 mil toneladas com as fábricas da Argentina e Venezuela.
"Esta é uma região de extrema importância para nós", afirma o diretor mundial da unidade de negócios de pneus de caminhão da companhia, Giovanni Pomati. Segundo a fabricante italiana, a América do Sul representa 34% do faturamento mundial da Pirelli, em torno de US$ 2 bilhões. Mais da metade desse volume é proveniente do Brasil. "O mercado brasileiro é muito evoluído, até por conta da presença das principais montadoras no País", diz.
Um dos grandes focos da Pirelli será a linha voltada para pesados, os pneus radiais 01 Series, que serão fabricados nas plantas de Santo André (SP) e Gravataí (RS). As novas tecnologias da marca passam, por exemplo, por pneus que possuem um sensor que envia dados ao condutor.
"Estamos trabalhando para ver como o mercado brasileiro aceita essas novas tecnologias", afirma o diretor de marketing para os produtos agricultura e caminhão da Pirelli na América do Sul, Flavio Bettiol Jr.
Estudo de mercado também é a estratégia da Dunlop para o segmento de veículos pesados. A fabricante avalia ampliar sua recém-inaugurada planta de Fazenda Rio Grande (PR) para a produção de pneus de caminhão. O investimento mínimo, segundo a Dunlop, seria de R$ 500 milhões.
"Já fomos procurados por todas as montadoras instaladas no Brasil. Existe uma demanda latente para o mercado de carga no País", afirma o gerente sênior de vendas e marketing da Dunlop no Brasil, Renato Baroli.
O executivo destaca que, para a matriz aprovar o investimento, o Brasil precisa demonstrar uma estabilidade da demanda. "Os executivos já sabem que precisamos ter fábrica aqui para fornecer ao mercado de caminhões", diz.
A fábrica da Dunlop deve atingir plena capacidade de produção - de 6 milhões de pneus por ano - em 2015. Este volume representa cerca de 10% do mercado total de reposição no País. "Já sabemos que nossa capacidade instalada não dará conta da demando Brasil", avalia Baroli.
Anfavea
Durante a abertura da Fenatran, o presidente da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), Luiz Moan, pediu ao secretário de Política Econômica do Ministério da Fazenda, Márcio Holland, para que as condições especiais do Programa de Sustentação do Investimento (PSI) sejam prorrogadas para além de 2014.
O governo anunciou, recentemente, que o programa será estendido até o próximo ano, porém, com menos recursos e juros maiores. "Queremos que as condições atuais do PSI permaneçam não só para 2014, porque se trata de um incentivo à produção de bens de capital", disse Moan. Ele lembrou que, no acumulado de 2013, o mercado de caminhões teve um aumento de 50% da produção principalmente em razão das condições especiais do PSI.
Diário Comércio Indústria e Serviços – 29/10/2013
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