Monday, January 28, 2013

iPad faz três anos entre evoluções, crise e promessa de longevidade

O iPad completou três anos no sábado, dia 27 de janeiro. O primeiro tablet com apelo comercial a vingar no mercado — é preciso lembrar do intento da Microsoft, cerca de dez anos antes, e da tentativa de um mesmo produto em 2006, com a Nokia — trouxe uma onda inegável de transformações na indústria e na forma como se consome tecnologia. Alguns produtos e periféricos simplesmente perderam a razão de existir.
E agora, três anos depois, talvez seja claro verificar uma crise de identidade do produto original, com dimensões de 9,7 polegadas. Não se pode esquecer que Steve Jobs, morto em 2011, refutava completamente a ideia de um tablet de sete polegadas, à semelhança dos produtos de competidores que se inspiraram no iPad para ganhar esse mercado, com a justificativa de que não eram ergonômicos o suficiente para permitir uma experiência de usuário agradável. Eis que um ano depois de sua morte, a fabricante vem com o iPad mini. E mais. o irmão mais novo está gerando mais atenção do que o primogênito.
Há menos de dez dias, vazaram informações de que a Apple havia pedido que a Sharp, sua fornecedora de telas, reduzisse a produção de displays do iPad convencional a níveis mínimos como forma de dar conta da produção do componente para o iPad mini, tamanho seu sucesso. De acordo com o TecMundo, a companhia Macquarie Research estima que a venda de iPads tradicionais caia 40% no primeiro trimestre deste ano.
“O que vai importar mais não é se o iPad mini vai roubar mercado do iPad, mas se a família de produtos oferecida cobre as demandas que existem. A Apple estaria muito mais vulnerável em mini do que está com ele. Se ambos tiverem rentabilidade, ótimo. Abre um flanco perigoso, por outro lado, não atender a um mercado onde uma competidora sua está”, ponderou Arthur João Catto, superintendente do Instituto do Eldorado, referindo-se à Samsung e sua linha Galaxy Tab.
Segundo Catto, a ruptura trazida pelo iPad é inegável, mas o momento de liderança pela inovação já passou. “A Apple ganhou dois anos de espaço solitário entre os competidores, enquanto as empresas tentavam se encontrar nesse mercado”, comparou. O que será que Jobs pensaria disso?
O fim e o início Independentemente da relação iPad/iPad mini, é inegável o efeito do produto sobre o mercado. Para Oscar Burd, presidente Succes e colunista da CRN, é muito claro quais são as tecnologias suplantadas pelo iPad — e quais nasceram graças ao seu surgimento. Entre a lista por ele relacionada estão:
Netbooks: Para que mobilidade com baixo processamento e digitação comprometida se existe um produto com aparência muito mais interessante e interface touchscreen? Perdeu, netbook.
Teclado: “O movimento mecânico das ‘teclinhas’ acabou. há alguns anos, muitos falavam que não pretendiam abandonar o teclado, porque não se acostumariam. Mas quem diz isso hoje?”.
Corretores de texto: Aqui, o especialista fez questão de frisar que essas ferramentas estão, hoje em dia, “integrados a qualquer coisa que digite”.
Interação com videogame: Com o tablet, fica claro que a atividade antes exclusiva dos videogames e de seus consoles hoje é levada para qualquer lugar — e com muito mais interação do que antes.
Híbridos: Sem o conceito de iPad, jamais surgiriam os ultrabooks e laptops híbridos, que combinam o uso de tela de toque com computador convencional.
Phablet: O phablet é a categoria que fica entre smartphone e tablet, com tamanho de tela que oscila entre cinco e seis polegadas. A ideia justamente é agregar um mix da experiência de ambos os produtos, com o melhor de cada um .
Telas flexíveis: Por conta desse vício de interação touchscreen trazido primeiramente por produtos como o iPhone e consolidado com o iPad, a necessidade de novas leituras de telas foi uma consequência natural. Já imaginou uma tela touchscreen flexível usada como pulseira?
Na avaliação de Burd, é difícil imaginar que uma grande ruptura de produtos saia do espaço criado pelo iPad nos próximos anos. “Mas o que vai revolucionar mesmo a indústria é a entrega de serviços para o usuário.”
Segundo o especialista, o acesso às informações dos usuários e a sugestão de ideias que facilitem sua vida serão o grande negócio nesta etapa tecnológica. “Se eu chegar em uma cidade, vou querer que o sistema do telefone me ajude a escolher o melhor lugar para ficar, ou a rota com menor trânsito para onde estou indo”, comentou.
Brasil Econômico
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