Tuesday, October 17, 2017

Indústria de motos deve amargar o sexto ano de retração consecutiva

São Paulo - Apesar dos sinais de aquecimento da demanda, a indústria de motos deve amargar o sexto ano de queda consecutiva da produção e das vendas domésticas, diante da economia ainda enfraquecida e da contínua restrição ao crédito.
A Associação Brasileira dos Fabricantes de Motocicletas, Ciclomotores, Motonetas, Bicicletas e Similares (Abraciclo) projetou, em janeiro, vendas no varejo de 890 mil unidades para 2017, o que representaria queda de apenas 1% sobre o ano anterior. No entanto, agora a entidade prevê uma retração de 3,4% para o mercado doméstico.
"A demanda mostra sinais de aquecimento, mas os números não vieram conforme esperávamos", avalia o presidente da Abraciclo, Marcos Fermanian. Segundo ele, as vendas por financiamento estão em expansão, porém, as negociações à vista e por consórcio vêm caindo. "A seletividade dos bancos tem diminuído aos poucos, mas continua alta", acrescenta.
Ele afirma que a média de aprovação de crédito no setor continua em 20% a 30%. "De cada dez fichas, somente duas a três são aprovadas. Mas este é um nível que temos visto nos últimos anos", destaca. O presidente da Abraciclo acrescenta que, hoje, os bancos das montadoras representam cerca de 40% dos financiamentos do setor.
Apesar deste cenário, o dirigente se mostra otimista. "O desemprego mostra sinais de desaceleração e o nosso mercado está diretamente ligado ao desempenho desse indicador", explica Fermanian.
Contudo, a ligeira melhora da confiança e o aumento da procura por motos não será suficiente para reverter a queda no varejo. "Esperávamos uma média diária de vendas melhor de junho para cá, mas esse resultado não veio", relata o dirigente. "Obviamente, os números estão melhores do que um ano atrás, porém, abaixo do que projetávamos", complementa o dirigente.
Produção
A projeção de produção para 2017 também foi revisada de um crescimento de 2,5% para uma queda de 0,3%, impactada, em parte, pela substituição nas linhas de montagem por modelos 2018. Fermanian afirma que os fabricantes tiveram receio de acumular estoques de modelos 2017 - principalmente com a proximidade do Salão Duas Rodas, em novembro - e houve uma tentativa de acelerar a produção dos lançamentos, o que não ocorreu.
"As montadoras não tiveram tempo hábil para atender ao aumento da demanda por motos atualizadas e isso derrubou as nossas projeções", destaca Fermanian. "Mas se tivéssemos um mercado melhor, certamente teríamos ao menos números melhores", avalia.
Por outro lado, o dirigente afirma que as montadoras têm relatado um aumento dos pedidos, que devem começar a refletir números mais robustos no primeiro trimestre do ano que vem. "Temos convicção que o setor vai apresentar resultados melhores em 2018", pondera Fermanian.
Neste sentido, ele acredita que as montadoras podem precisar até contratar. "Como as marcas fizeram algum tipo de redução em seus quadros, é possível que o nível do emprego até aumente diante do aquecimento da demanda."
Outro fator que pode contribuir para a melhora da produção é a exportação, que continua em trajetória de expansão. Neste ano, os embarques devem crescer 35,5% sobre 2016, apesar da base fraca. "Este resultado se deve à melhora da demanda argentina, nosso maior mercado consumidor."
DCI – 11/10/2017
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