Thursday, July 21, 2016

Associação da Indústria da Água Mineral contesta estudo da UFPA

O presidente da Associação Brasileira de Indústria da Água Mineral (Abinam) contestou, em uma reunião realizada nessa quarta-feira (24), a pesquisa da Universidade Federal do Pará (UFPA) divulgada nos últimos dias. O estudo aponta que a maioria das marcas de água comercializadas no estado são impróprias para o consumo.
O presidente da Abinam, Carlos Alberto Lancia, apresentou aos pesquisadores da universidade documentos Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), além de um parecer da Universidade de São Paulo (USP), que comprovariam que a água mineral comercializada no Pará não causa mal a saúde.
"PH não é parametro de potabilidade, não tem nem um estudo comprovado que fala que traz dano. Fique tranquilo consumidor, nós temos a certeza absoluta do que estamos falando. E nós respeitamos a ciência, caso a ciência mude nos patamares, nós também mudamos", afirmou Carlos Alberto.
'Indústria da água é milionária', diz pesquisador
O pesquisador Milton Matta, doutor em hidrogeologia da UFPA, em entrevista por telefone ao G1, reafirma as informações da pesquisa. "Eles não são técnicos e não entendem, são comerciantes. O que eles questionam não tem sentido. A água não é mineral, nem potável. É ácida demais para ser entre 6 e 9 o PH. E água ácida cria gastrite, úlcera e câncer gástrico. Nós somos o segundo estado com maior número de pessoas com câncer gástrico".
Segundo Matta, o que se discute com o estudo é a água ser ácida e os problemas de saúde provocados por isso. "Temos médico do nosso grupo, pós doutor. Não dá para os comerciantes discutirem isso. Eles não têm formação profissional. A indústria da água é milionária, não queremos que retire a água do comércio, mas que retire o PH. Fazemos pesquisa séria há 35 anos. Divulgamos porque é caso de saúde pública. Estamos começando um projeto integrado para identificar se essa água está afetando as células e provocando doenças".
Pesquisa
Os estudos feitos pelo laboratório de hidroquímica da UFPA mostraram que as sete marcas analisadas que são comercializadas no Pará apresentaram o PH (índice de acidez) entre 3,74 e 4,72. A recomendação do Ministério da Saúde, segundo os pesquisadores da universidade, é que o PH da água para consumo homano seja mantido na faixa de 6 e 9,5. Segundo eles, quanto mais baixo o PH da água, mais ácida ela seria e mais prejudicial à saúde também. "Você tem que proibir isso aí ou dar um jeito de aumentar o PH. Existem maneiras de fazer isso e baratas, não são caras", Milton Mata, doutor em hidrogeologia.
Mas a associação contesta que o PH indicado pelo Ministério da Saúde se referiria à água da rede pública e não a água mineral. "Por que o PH da água da rede pública tem que ser de 6,96? Porque a água da rede pública precisa obrigatoriamente ser tratada e o meio mais barato de tratar é com cloro. No caso da água mineral, é um produto 100% natural, é um produto orgânico, não tem nenhum tratamento”, explica o presidente.
O trabalho da UFPA revelou que o líquido comercializado não é mineral, nem potável, e que os altos índices de acidez apresentados pelas sete marcas pesquisadas podem ser prejudiciais à saúde. Logo, a água das sete empresas pesquisadas foram consideradas impróprias para o consumo.
G1
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