Tuesday, June 28, 2016

Abre o olho, PET

Mesmo assolado pelo terceiro ano seguido da economia em depressão, o mercado brasileiro de refrigerantes ainda impõe respeito. Em 2015, a produção da bebida caiu 5,9%, na calculadora do Sistema de Controle de Produção de Bebidas da Receita Federal. Além das garras da crise, considere-se que 2014 foi período ponto fora da curva, pois foi o ano da Copa do Mundo, de singular incentivo midiático ao consumo de bebidas frias. Mas pairam outros poréns por trás desse recuo, alimentando a suposição de que as vendas de refrigerantes se inclinem para um esfriamento, uma perspectiva indigesta para a cadeia de PET, cujo mercado nº1 é, de longe, o envase desses carbonatados.
Os sinais de arrefecimento pela frente brotam no cotidiano feito mandatos para a Polícia Federal cumprir. Pululam na mídia as coberturas sobre mudanças no metabolismo do brasileiro e seus riscos para a saúde e até para admissão em empresas. Chovem pesquisas e alertas sobre o excesso de peso da população na terra do natimorto programa Fome Zero. Na esfera dos hábitos alimentares, a ingestão excessiva de açúcar recebe condenação unânime. O clamor pelo banimento de produtos açucarados (refrigerantes encabeçam as listas negras) já virou bandeira e palanque de políticos. Trata-se de tendência mundial, mas de singular repercussão num país que, além de abraçar a chamada cultura da saudabilidade, endeusa corpos sarados, como provam seus recordes mundiais em cirurgias estéticas e a vice liderança global em quantidade de academias, quase 32.000, só perdendo para os EUA e com público estimado em oito milhões de alunos, o quarto do mundo no gênero.
Sucos do bem: compra estratégica da Ambev.
Sucos do bem: compra estratégica da Ambev.
Cientes da mudança da maré, fabricantes de refrigerantes tratam de botar um dos pés em outra canoa mais segura. Ainda em abril, por exemplo, a Ambev, colosso das cervejas e refrigerantes, comprou a fabricante de sucos carioca “do bem”, encorpando assim seu portfólio caloricamente correto e integrado por chás e isotônicos. No mesmo mês, a Coca-Cola, já atuante em sucos e mate, anunciou a chegada ao Brasil da versão contendo o adoçante stevia e 50% menos açúcares.
Não faltam avisos, portanto, para PET reagir a esse estado de coisas buscando mais participação em outras frentes de bebidas não alcoólicas, redutos onde hoje prevalecem embalagens cartonadas e latas, para contrabalançar essa pedra cantada que é o esmorecimento da demanda por refrigerantes. O novo horizonte também é propício a outras soluções plásticas de envase, flexíveis e rígidas, saírem do acanhamento para a luta por um lugar ao sol em bebidas saudáveis, deixam no ar as reportagens a seguir.
Plásticos em Revista
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