Thursday, October 27, 2016

Cautela dita o tom dos lojistas neste fim de ano

São Paulo - O avanço da intenção de compra de bens duráveis para o quarto trimestre na cidade de São Paulo, apesar de ser um sinal positivo para o setor, não deve mudar os planos das varejistas. O tom das empresas do ramo em relação aos estoques e investimentos deve seguir conservador, já que uma retomada mais forte só deve acontecer no final de 2017.
Pesquisa realizada pelo Instituto Brasileiro de Executivos do Varejo e Mercado de Consumo (Ibevar), em parceria com o Programa de Administração do Varejo da Fundação Instituto de Administração (Provar/FIA), mostra que a intenção dos paulistanos de adquirir algum bem durável entre outubro e dezembro deste ano cresceu 2,6 pontos percentuais, em relação ao mesmo período do ano passado.
Segundo o levantamento, 37% dos consumidores pretendem gastar com esses produtos no período, enquanto em 2015 o índice tinha sido de 34,4%. "O que o resultado indica é que mudou a tendência que estávamos vendo e o humor deixou de piorar. Mas não seria, de forma alguma, um indicador de recuperação do setor", afirma o diretor vogal da entidade, Nuno Fouto. Segundo ele, para as varejistas do ramo os dados do estudo são positivos na medida em que mostram que há um consumidor mais animado para comprar. Mas, mesmo assim, elas não devem investir mais em estoque por isso.
"Se os lojistas decidirem estocar mais, alguém com certeza vai perder. Porque no agregado não vai haver um crescimento das vendas", aponta o executivo, completando, no entanto, que sempre há uma oportunidade para alguma empresa se sobressair e ganhar espaço do concorrente. "Mas se o empresário for agressivo demais, o risco é muito grande", finaliza Fouto.
A pesquisa apontou ainda que houve um leve incremento na intenção de compra dos consumidores também no comércio eletrônico. Enquanto no ano passado, o índice ficou em 82,5%, este ano a vontade do comprador de adquirir bens duráveis na internet subiu para 84,9%.
Apesar dos avanços, os consumidores estão mais receosos em assumir dívidas. De acordo com o estudo, a intenção do uso do crediário na compra caiu 7,7 pontos percentuais, atingindo o percentual de 61,9%. "O cliente, na medida do possível, vai tentar pagar as compras à vista. Ainda há esse receio forte de assumir novas dívidas", diz Fouto.
Valor que será gasto
Outro dado do estudo que demonstra que o consumidor segue cauteloso, é em relação ao valor que deve ser gasto nos últimos três meses do ano. De acordo com o levantamento, o tíquete médio será de R$ 2.029. No mesmo período do ano passado, o montante tinha sido de R$ 2.146.
Em relação ao futuro, Fouto afirma que, para o primeiro trimestre de 2017 a perspectiva é que as vendas de bens duráveis sejam melhores, já que tradicionalmente nesses meses o consumidor procura mais por esses produtos. Segundo ele, no entanto, uma retomada mais acentuada só deve ser vista no final do ano que vem. "Mesmo assim, não vai voltar a ser como era antes da crise. Para retomar a esse patamar ainda deve demorar", diz.
DCI
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