Monday, October 24, 2016

Authentic Feet arrisca com revisão de nichos

São Paulo - Com a premissa de se desvincular dos concorrentes, a agora varejista de tênis e moda fitness Authentic Feet, do Grupo Afeet, decidiu investir na ampliação do seu nicho de atuação em plena crise econômica. Arriscada, a manobra envolve também mudanças no layout da marca e reforma das lojas.
"Antes tínhamos um mix de produtos composto 90% por tênis e calçados. Estávamos muito parecidos com a concorrência e isso nos incomodou. Realizamos pesquisas e decidimos ampliar nosso portfólio para atender o público fitness", conta o gerente de marketing do Grupo Afeet, Flávio Mônaco.
Com a revisão, a marca decidiu reduzir a oferta de calçados de 90% para 70% do mix, acrescentando às gôndolas peças de vestuário voltadas a quem malha ou pratica atividades físicas diárias.
Segundo Mônaco, para transformar as lojas em ambientes que lembram uma academia foi preciso investir cerca de R$ 300 mil em cada unidade. Os aportes foram negociados com os franqueados.
Das 82 unidades que a rede possui no País, 20 já funcionam sob a nova plataforma. A previsão é de que todas estejam redesenhadas com o conceito fitness até o final do próximo ano.
"Observamos que era necessária essa revisão mesmo neste momento econômico conturbado porque o consumidor está mais atento às inovações. Ele não quer apenas comprar o produto, quer um serviço de qualidade e viver a experiência daquela compra", explica.
A mudança foi inspirada em na reformulação da marca Artwalk, que também se dedicava apenas aos calçados e agora se consolida como uma loja urban style. Neste caso, Mônaco conta que dois anos após a medida a rede colheu crescimentos anuais acima de dois dígitos. "No primeiro ano após o reposicionamento, a Artwalk cresceu 50%. E no segundo ano, 20% sobre o primeiro. Esperamos que o mesmo aconteça com a Authentic Feet nesse sentido", diz.
Negócio arriscado
Enquanto a maioria das concorrentes se preocupa em controlar custos e rever margens durante a crise econômica, o Grupo Afeet optou pelo caminho inverso, o que na visão do assessor econômico da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP), Fábio Pina, é uma medida bastante arriscada.
"É comum haver investimentos deste tipo nas épocas em que o mercado está aquecido, mas não durante uma recessão. Eventualmente, alguns segmentos podem observar oportunidades e arriscar. No entanto, é necessária uma profunda avaliação antes de tomar essa atitude, a fim de evitar cair em armadilha por 'desespero'", indica Pina.
Segundo ele, o comércio brasileiro, em sua maioria, tomou atitudes conservadoras nos últimos anos por conta da instabilidade econômica, como fechamento de lojas, controle de custos, redução da folha salarial e corte de aportes.
DCI
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