Tuesday, August 25, 2015

Mercado de roupas para bebê cresce o dobro do setor de vestuário adulto

São Paulo - Enquanto as redes varejistas de vestuário se organizam para operar em meio à economia mais fraca, as redes de roupas para crianças dizem driblar a crise com previsão de crescer 8% em 2015, em um mercado que movimenta R$ 50 bilhões ao ano, segundo o Ibope.
O consultor de varejo e professor de marketing da Universidade Paulista (Unip) Sérgio Osório Lessa diz que o avanço nas vendas de roupas para criança segue firme em função do grande número de novos casais. "Quando chega a hora de ter um filho, seja ele planejado ou não, os pais fazem um esforço extra para equipar a casa com os acessórios e roupas necessárias para criação."
Segundo uma pesquisa recente do Ibope, um avanço no faturamento das redes de moda infantil pode ser de até 8% este ano, enquanto o mercado têxtil adulto deverá fechar o ano com ganhos no máximo 4% maior do que o visto ano passado, em uma projeção otimista. "Há uma tendência de queda nas vendas de têxtil adulto, em função do encarecimento do crédito, apreensão com a economia e insegurança com o emprego", disse Lessa.
Exemplo de plano de expansão acelerado, a Alô Bebê, rede especializada em artigos e roupas para gestantes e crianças até 12 anos, projeta abertura de mais cinco lojas este ano, para encerrar 2015 com 27 operações próprias. Segundo o diretor de marketing da rede, Milton Bueno, crescer de maneira orgânica, e não através de franquias, é uma das fórmulas para sustentar o avanço mesmo em meio a desaceleração econômica. "Todas as nossas lojas são próprias e pretendemos continuar crescendo assim", disse ele.
Para o ano, a previsão do executivo é de um crescimento entre 5% e 6% em faturamento, ante aos 12% avançados em 2014, número considerado bom quando comparado com o setor de roupas para adultos, que já enfrenta demissões e lojas fechadas em função da crise. "Levando em conta as projeções de mercado, esperamos um avanço moderado com diminuição de investimentos em marketing e trabalhando mais o ponto de venda e novas inaugurações", diz.
Importados
Nas gôndolas da Alô Bebê, o mix de produtos importados é alto principalmente entre os acessórios e, segundo Bueno, mesmo com o avanço do dólar, a empresa se organizou para não elevar demais os preços. "Alguns produtos tiveram seus preços pressionados por essa alta, mas como nós havíamos previsto estes inconvenientes da economia não houve necessidade de alterações expressivas nos preços", completou.
Para os empresários do ramo que não conseguiram sustentar o avanço do câmbio, a dica de Lessa é que haja uma substituição de alguns produtos para fabricação nacional. "O pequeno e médio varejista do setor tem mais dificuldade de segurar a variação cambial, então adaptar os produtos e elevar o conteúdo nacional surge como opção para manter o ritmo das vendas", disse.
Com a desaceleração econômica, a Alô Bebê também está sentindo um tendência de queda no tíquete médio do cliente, no entanto, explica Bueno, o fato da empresa ter um público fiel, deverá sustentar o crescimento previsto para o ano. "Também notamos o consumidor está evitando a compra a prazo e priorizando o pagamento à vista", revelou.
Franquias
Entre as empresas de vestuário infantil que operam com franquias, a rede Tip Top também diz que está conseguindo expansão em meio à crise. No mês passado, a rede abriu sua terceira operação no Paraná, no caminho para inaugurar 20 franquias ao longo deste ano.
"As cidades do Sul têm notável importância econômica, e logo a demanda por vestuário com qualidade aumenta, pois as crianças estão no período de crescimento e precisam se vestir de acordo com cada fase por que passam. A Tip Top quer vestir a criança desde o nascimento até a pré-adolescência, por volta dos 10 anos", disse o gerente de expansão da empresa, Ricardo Marcondes.
Ano passado, a Tip Top alcançou faturamento de R$ 116 milhões, e a previsão para este ano é crescer 32% apoiado na expansão da marca no País.
DCI
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