Wednesday, April 01, 2015

Produção de tinta automotiva cairá 10%

A produção de tintas automotivas deve cair cerca de 10% neste ano em relação aos 43 bilhões de litros fabricados em 2014, acompanhando o fraco desempenho da indústria automobilística, projetam especialistas ouvidos pelo DCI.
Segundo o presidente executivo da Associação Brasileira de Fabricantes de Tintas (Abrafati), Dilson Ferreira, praticamente toda a demanda das montadoras por tintas automotivas é atendida por empresas que produzem no Brasil. Dessa forma, a relação entre produção de novos carros e tinta é direta.
"A produção de veículos novos caiu 22% no primeiro bimestre de 2015 em relação ao ano passado e a expectativa da Anfavea é que ao final do ano a produção de veículos caia 10%. Caso isso se confirme, a produção de tintas automotivas deve ter redução de 10% ou até um pouco mais", afirmou.
A sócia executiva da consultoria Maxiquim, Solange Stumpf, reforça que a perspectiva para o segmento de tintas automotivas não é boa, mas acredita que nos próximos anos a indústria brasileira de veículos vai retomar uma rota de crescimento. Essa retomada deve embalar também a demanda do ramo de tintas automotivas. "A indústria automotiva é cíclica porque as pessoas compram carro e passam um tempo sem comprar, mas depois de 2 ou 3 anos voltam ao mercado", observa.
Repintura
O segmento de repintura automotiva deve servir de alento, mas não será suficiente para salvar o setor. De acordo com o presidente da Abrafati, tradicionalmente, em período de baixo índice de renovação de frota, as pessoas tendem a cuidar mais dos veículos usados, o que aumenta a demanda por tintas automotivas para pequenos reparos.
Dilson avalia, porém, que esse aumento de procura por repintura não vai cobrir o menor nível de vendas para as montadoras de veículos.
"A produção de tintas para repintura deve crescer pouco acima do PIB [Produto Interno Bruto] em 2015", estima ele. Economistas apostam em retração de 1% no PIB este ano.
Dilson lembra ainda que a indústria de tintas como um todo passa por um momento de aumento de custos em decorrência, dentre outros fatores, do reajuste do preço da energia, da inflação e da alta no custo de importação de insumos por causa da valorização do dólar frente ao real.
"O cenário recessivo que o País deve enfrentar ao longo deste ano torna difícil o repasse integral desse aumento de custos", afirmou Dilson, que acredita em uma recuperação da indústria de tintas e da economia nos próximos anos.
Consolidação
Na opinião da consultora da Maxiquim, as empresas que conseguirem se manter fortalecidas, em meio ao cenário de desaceleração econômica, tendem a se beneficiar no futuro. Ela não descarta, inclusive, que ocorra um processo de fusões e aquisições dentro da indústria de tintas automotivas nos próximos anos.
"Momentos de crise também abrem portas para novas oportunidades de investimento", aposta Solange.
DCI
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