Thursday, April 09, 2015

Embarque de fumo dispara e cenário é de alta

No Brasil, a redução no poder de compra do consumidor aliada às campanhas contra o tabagismo gerou queda na demanda por fumo. Em contrapartida, a introdução de tecnologias na lavoura fez com que o produto nacional fosse reconhecido por sua qualidade, o que resultou em um forte aumento nas exportações.
Enquanto os embarques de soja em grãos, milho, carne de frango e bovina recuaram em março, dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC) mostram que o envio de folhas de fumo para o mercado externo saltou 68% em valor e 92% em volume, quando comparado ao mesmo período de 2014.
Na variação anual, o preço registrou queda de 12,5%, isso porque o produto que estava sendo negociado era proveniente de estoques.
"O aumento da quantidade exportada está amplamente relacionado ao ganho de qualidade do produto. Não houve variação de área, mas os fumicultores introduziram tecnologias na lavoura que melhoraram o nível de produção e o desenvolvimento das mudas", explica o assessor técnico da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), Jonas Ismael Jochims. Segundo o especialista, a incidência de chuvas no Rio Grande do Sul - maior estado produtor da cultura - também colabora para o bom andamento da planta.
Vale ressaltar que a variação cambial também favoreceu o movimento de alta nas exportações. No mês passado, as maiores compras foram feitas pelos Estados Unidos, seguidos por Reino Unido, Indonésia, Paraguai, Rússia, Alemanha, Coreia, Vietnã e Hong Kong. Só os norte-americanos geraram receita de US$ 9,4 milhões ao País.
"Entre os importadores vemos países emergentes e desenvolvidos, o que mostra que o consumo internacional, em linhas gerais, está aumentando", enfatiza o economista-chefe da Federação da Agricultura do Estado do Rio Grande do Sul (Sistema Farsul), Antônio da Luz. "A maior parte das receitas recebidas pelo País corresponde a pagamento de impostos nas esferas municipal, estadual e federal. No momento que o Brasil está vivendo, não podemos abrir mão desse faturamento e, com a queda na demanda interna, o que seria colocado aqui, está sendo enviado para fora. Com isso temos projeções positivas para o ano", acrescenta.
Atualmente, os principais concorrentes do Brasil na produção são Filipinas, Zimbábue e China. Apesar de grandes produtores, os chineses são os maiores consumidores de fumo no mundo.
Variação anual
O presidente do Sindicato Interestadual da Indústria do Tabaco (Sinditabaco), Iro Schünke, conta que a variação nas exportações entre os anos ficou mais acentuada porque de 2014 para 2013 houve queda de 24% nos embarques. Isso desencadeou níveis maiores de estoque, que foram comercializados neste ano.
Entre os meses de abril e junho se intensificam as vendas do produto da safra atual, com melhor qualidade.
De acordo com Schünke, o segmento industrial exportou US$ 2,5 bilhões em 2014 e a estimativa é que o resultado seja replicado neste ano, após aumento no custo de produção.
DCI
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