Monday, February 10, 2014

Brasil tem posição estratégica para Land Rover no Mercosul

De todos os anúncios de fábricas de montadoras de luxo feitos nos últimos dois anos no País, o da Jaguar Land Rover foi definitivamente o mais inesperado. Isso porque o grupo possui unidades fabris somente no Reino Unido e, há pouco tempo, está construindo outra planta na China.
"O Brasil é estratégico para o crescimento sustentável da Jaguar Land Rover no mundo todo. Além disso, particularmente o mercado de luxo tem muito potencial para crescer por aqui", afirmou em entrevista ao DCI o gerente de relações públicas da montadora para América Latina, Fernando de Moraes. A fábrica da marca, que será construída em Itatiaia (RJ), consumirá um investimento de R$ 750 milhões, dos quais R$ 500 milhões serão usados na primeira fase do projeto.
"A capacidade produtiva estimada é de 24 mil unidades por ano e os primeiros veículos devem sair da linha de montagem em 2016", destaca Moraes. Em um primeiro momento, a fábrica deve abastecer somente a demanda doméstica. "Não podemos esquecer de que o Brasil é um ponto de partida para as vendas nos demais mercados latino-americanos, o que o posiciona como estratégico na região", destaca Moraes.
Segundo a companhia, a escolha de Itatiaia se deve à localização estratégica, oferta de mão de obra qualificada e acesso a uma forte base de fornecedores. O sul fluminense abriga diversas montadoras, como MAN Latin America (braço de caminhões da Volkswagen), Nissan e PSA PeugeotCitroën, o que atrai muitas empresas da cadeia automotiva.
O País tem despontado como um promissor mercado para carros de luxo. Mesmo com o aumento em 30 pontos percentuais do Imposto Sobre Produtos Industrializados (IPI) para importados, a Jaguar Land Rover comercializou 10,95 mil unidades no ano passado, o que representa um crescimento de 30% em relação a 2012.
"O Brasil cresceu acima da média global em 2013, o que reforça a atenção e dedicação por parte da matriz. E este será um ano promissor para a nossa empresa no País. Os resultados só mostram que as estratégias estão no caminho certo", disse recentemente o presidente da Jaguar Land Rover na América Latina, Flavio Padovan, ao divulgar o balanço global da companhia.
A Land Rover atua mais fortemente no mercado de esportivos utilitários (os chamados SUVs, na sigla em inglês), cujas vendas têm crescido sensivelmente no Brasil, inclusive no segmento de luxo, no qual a empresa se encaixa. "No País, o crescimento solidifica nossa liderança na categoria de SUVs de luxo", comenta Padovan.
Uma das únicas incertezas que parece incomodar a montadora, apesar das expectativas otimistas, é a questão cambial. "A variação da cotação do dólar tem influência direta em nossos negócios. Este é um fator que demanda atenção integral, pois afeta o volume e a estratégia de vendas dos nossos produtos", ressalta Moraes.
Anfavea
O impasse com a Argentina derrubou as exportações do setor automotivo em janeiro, de acordo com dados divulgados nesta quinta-feira pela Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea).
Segundo a entidade, as vendas ao mercado externo no mês passado caíram 28,9% na comparação anual. Em valores, incluindo também o segmento de máquinas agrícolas, as exportações tiveram queda de 13,3% na mesma base, para US$ 890 milhões
"O principal motivo do declínio das exportações, em janeiro, foram as restrições argentinas", declarou em coletiva de imprensa o presidente da Anfavea, Luiz Moan. O executivo ressaltou, no entanto, que providências já estão sendo tomadas pelo governo brasileiro e pela entidade.
"Estamos conversando com a associação das montadoras do país vizinho (Adefa) para encontrar soluções e minimizar ao máximo esta situação", diz.
Moan destacou ainda que a Anfavea está em conversas com o governo brasileiro para acelerar o processo de negociações com os argentinos. "O Brasil representa mais de 90% das exportações argentinas, por isso temos convicção de que tudo vai se resolver rapidamente", avalia.
Produção e vendas
Ainda nesta quinta-feira, a Anfavea divulgou revisão da projeção de crescimento da produção de veículos para o ano, de 0,7% para 1,4%, devido a correções de dados de uma das associadas. A expectativa de alta das vendas para o período, no entanto, foi mantida em 1,1%, para 3,81 milhões de unidades. Já os licenciamentos tiveram recorde histórico para o mês de janeiro, totalizando 312,6 mil unidades. O volume representa um crescimento de 0,4% na comparação anual.
Porém, no início desta semana, o vice-presidente da Ford para o Brasil e América do Sul, Rogelio Golfarb, afirmou que o resultado de janeiro é pontual. "Temos que ser cautelosos e admitir que esta não é uma tendência", disse durante o lançamento do protótipo do Ka sedã. Segundo o executivo, o efeito resulta da redução dos estoques com IPI antigo.
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