Monday, January 27, 2014

BMW projeta crescimento de 15% a 20% para 2014

O aumento da renda do brasileiro nos últimos anos contribuiu para alavancar o mercado premium de automóveis, que tem crescido em níveis acima do total do setor. No entanto, com o novo regime automotivo, montadoras que não possuem unidade fabril em solo nacional se viram obrigadas a decidir: construir uma fábrica no País ou continuar com uma fatia magra dos emplacamentos? A alemã BMW não pensou duas vezes e foi a primeira das marcas de luxo a anunciar uma planta no Brasil ainda em 2012. A operação em Araquari, Santa Catarina, deve começar em outubro deste ano e a meta da marca é crescer entre 15% e 20% em 2014.
"É uma projeção bastante ousada, mas está apoiada no fato de que a fábrica inicia suas operações neste ano", afirmou em entrevista ao DCI o diretor de marketing da BMW do Brasil, Herlander Zola. O executivo destaca que o crescimento previsto para a montadora está acima do mercado total. "Acreditamos que o setor não deva apresentar variação neste ano, apenas estabilidade".
Antes de 2008, a BMW vendia em torno de 3 mil veículos por ano, no País. Em 2011, os emplacamentos da marca atingiram quase 11 mil unidades. "O potencial de crescimento do Brasil já apontava, à época, que a produção local era viável", ressalta Zola.
Porém, o Inovar-Auto veio como um balde de água fria para os importadores, que cresciam vertiginosamente. Não só as tradicionais marcas alemãs, mas até as então desconhecidas do público brasileiro, as chinesas JAC e Chery.
"Certamente, o novo regime automotivo foi o fator que acelerou nossa decisão de fincar bandeira no País", explica o executivo da BMW. Prova disso foi a queda brusca das vendas da marca, que em 2012 atingiram cerca de 8 mil unidades, redução de quase 30% em relação ao ano anterior. "Todos os importadores perderam muito, inclusive o mercado premium", diz.
Com a decisão da fábrica sedimentada e os investimentos em curso, a BMW pode começar a usufruir de uma cota de importação sem o aumento de 30 pontos percentuais do Imposto Sobre Produtos Industrializados (IPI). O resultado foi imediato e, em 2013, os emplacamentos da montadora subiram novamente, atingindo 14,7 mil unidades, aumento de 83,7% em relação a 2012.
"O potencial de crescimento existe", diz Zola. Porém, o executivo acredita que o mercado de luxo total deva registrar um incremento de 10% em 2014, índice menor que a média dos últimos anos. Para o futuro, o executivo é otimista. "Este segmento deve crescer muito", ressalta.
No entanto, a concorrência não será fácil. Depois da BMW, no ano passado, as conterrâneas Mercedes-Benz (grupo Daimler) e Audi (grupo Volkswagen), além da britânica Land Rover, também anunciaram fábrica em solo nacional. Ainda assim, Zola se mostra confiante. "Dentro do segmento premium, somos líderes com cerca de 30% de market share e pretendemos manter essa fatia", diz.
Capacidade
Os investimentos no mercado de luxo levarão o País a ampliar de forma significativa a capacidade de produção de veículos premium. A Mercedes anunciou aporte de R$ 500 milhões em uma planta em Iracemápolis (SP) para poder produzir até 20 mil unidades anuais. Já a Audi deve investir outros R$ 500 milhões em uma linha compartilhada com a Volks em São José dos Pinhais (PR). A capacidade, informou o grupo, será de 30 mil veículos por ano.
A britânica Land Rover também anunciou, no fim do ano passado, um aporte de R$ 750 milhões para uma capacidade de produção estimada de 24 mil veículos por ano em Itatiaia (RJ).
Já a fábrica da BMW terá capacidade instalada de 32 mil veículos por ano. Zola afirma que a operação deve começar em um turno, com volume de escoamento em torno de 2 mil unidades. Inicialmente, a planta deve atender somente ao mercado interno. "Em uma segunda fase, a exportação para o Mercosul poderá ser considerada, após avaliarmos todos os requisitos necessários", destaca Zola.
O diretor da BMW afirma ainda que, dependendo da capacidade competitiva da marca, outros destinos não serão descartados. "Em um terceiro momento, podemos cogitar outros mercados", ressalta Zola.
Consumidor brasileiro
O diretor da BMW afirma que a renda do consumidor, no Brasil, aumentou nos últimos anos e o acesso ao crédito também foi ampliado. "Com isso, o brasileiro passou a desejar carros mais caros, o que contribui para a nossa demanda", diz.
Zola acredita que o mercado de veículos premium deve crescer muito nos próximos dez anos. Entende-se, no Brasil, que a categoria de carros de luxo abrange modelos que custam acima de R$ 100 mil.
O executivo da BMW destaca ainda que não só o perfil do consumidor do mercado premium, no Brasil, mudou. "Hoje, os motores dos carros de luxo consomem menos. Os produtos estão se tornando mais acessíveis, ou seja, as marcas também estão se adaptando", diz Zola.
Diário Comércio Indústria e Serviços – 24/01/2014
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