Tuesday, September 03, 2013

Brasil Kirin planeja investir R$ 1 bilhão até o ano que vem

No que depender da controladora Kirin Holdings e do BNDES, não vai faltar dinheiro para a Brasil Kirin (ex-Schincariol) prosseguir com seus planos de expansão no Brasil, apesar do consumo de cervejas no país ter perdido fôlego este ano.
A holding japonesa, além de abrir mão da remessa de dividendos do ano passado, está disposta a aportar capital quando necessário para que a Brasil Kirin invista na operação, disse Fábio Marchiori, vice-presidente financeiro da Brasil Kirin e integrante do conselho da Kirin Holdings, ao Valor.
Dona dos rótulos Nova Schin e Devassa, além dos refrigerantes Schin e Itubaína, a Brasil Kirin está, neste ano, fechando contratos - com fornecedores de máquinas, por exemplo -, no valor de R$ 500 milhões para expansão de capacidade e melhoria na automação, sem desembolso imediato de caixa. O valor inclui R$ 50 milhões para construir um parque eólico no Ceará, em parceria com a portuguesa Tecneira.
Para 2014, estão previstos mais R$ 500 milhões, aproximadamente. "Por enquanto, estamos expandindo as fábricas já existentes - não novas unidades", disse.
Com 10 mil funcionários, a Brasil Kirin tem 13 fábricas em 11 Estados. Ano passado, a companhia investiu R$ 400 milhões na ampliação da unidade de Alagoinhas (BA). Visitada pelo Valor, a sede, em Itu (SP), reúne 3 mil pessoas.
Embora não sejam prioridade, aquisições no Brasil não são descartadas por Marchiori.
A Brasil Kirin estuda a possibilidade de capitalizar (transformar em patrimônio) R$ 316 milhões em dividendos antigos a pagar, cuja data de distribuição expirou em dezembro. Há uma alternativa, também em análise pelo conselho, de prorrogar o pagamento.
Em qualquer um dos casos, a ideia é preservar a capacidade de investimentos da Brasil Kirin, que conta ainda com a geração própria de caixa. Ao fim de 2012, a companhia tinha dívida de R$ 758,6 milhões e disponibilidades de R$ 287,5 milhões.
Ajudará também a honrar os investimentos, um crédito de R$ 500 milhões com o BNDES, dos quais já foram sacados R$ 224 milhões.
Por ora, a possibilidade de uma oferta pública inicial de ações não está no radar. "Estamos em constante contato com bancos. Pode ser uma alternativa no futuro".
A Brasil Kirin saiu de um prejuízo de R$ 157 milhões em 2011 e lucrou R$ 132 milhões no ano passado. Reversão de provisão para contingências e devedores duvidosos ajudaram na melhora no resultado, assim como um controle mais forte das despesas operacionais, que cresceram em menor velocidade que as vendas.
A receita líquida em 2012 cresceu 16,6%, para R$ 2,7 bilhões. Este ano, a receita deve avançar menos - cerca de 10%, disse Marchiori.
Num ano em que o setor de cervejas não consegue expandir volumes, a Brasil Kirin tem conseguido ganhar uma pequena participação de mercado apostando em nichos extremos: o de cervejas especiais (Baden Baden e Eisenbahn) e de preço baixo (Glacial e No Grau).
Esses dois segmentos cresceram "um dígito alto", em volume, no primeiro semestre. Por sua vez, a categoria "mainstream" - representada pela Nova Schin, principal marca da Brasil Kirin -, registra vendas menores do que em 2012.
O fraco desempenho da categoria de preços intermediários também é sentida pelas concorrentes Ambev e Heineken.
Marchiori projeta crescimento entre 5% e 10% em volume este ano, puxado, principalmente, pela categoria de não alcoólicos (água, refrigerante e suco), que representa 40% da receita da Brasil Kirin.
Para cervejas, Marchiori prevê um menor patamar de expansão nos próximos anos. "O grosso da migração da baixa renda para a classe média ficou no passado. O setor precisa melhor reposicionar os produtos para atender o consumidor, que está mais seletivo".
Para Marchiori, os rótulos premium e especiais (ainda mais caros) devem fazer o setor crescer mais rapidamente em valor do que em volume daqui para frente.
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