O Centro de Inovações Brasil (CIB) está se tornando uma importante ferramenta de faturamento para a Dupont. A empresa espera agregar US$ 210 milhões ao resultado da unidade brasileira, nos próximos quatro anos, a partir dos projetos desenvolvidos no local.
O CIB foi inaugurado em 2012 em Paulínia, no interior de São Paulo. No local, a Dupont recebe as demandas de empresas parceiras. Segundo a líder do Centro de Inovação Brasil, Denise Pereira, um dos diferenciais do CIB é que os projetos são uma cocriação entre os clientes e a Dupont.
Ela explica que quando uma empresa procura o CIB, a Dupont organiza uma sessão de inovação que é um evento de um dia inteiro de atividades. Pela manhã, a Dupont apresenta parte das soluções que tem em seu portfólio e aponta as tendências do mercado enquanto a empresa detalha as suas necessidades.
Após essa primeira reunião, os representantes da empresa que busca uma inovação são levados a uma visita pelas instalações do CIB que dura cerca de uma hora e meia. Depois dessas duas atividades, a Dupont e a empresa visitante fazem uma nova reunião de geração de ideias.
"Desenvolvemos projetos customizados. Os desafios das empresas são diferentes, então as soluções também têm que ser diferentes para cada caso", afirmou Denise.
Ainda de acordo com ela, em alguns casos não é necessário desenvolver um novo produto. "As sessões de inovação permitem identificar necessidades que até então os clientes desconheciam e para as quais nós já temos soluções disponíveis", afirma Denise.
Até o momento, 788 empresas foram recebidas pela Dupont no CIB. A partir dessas visitas foram desenvolvidas 531 ideias, que se transformaram em 91 novas aplicações. Desses, 12 projetos já foram viabilizados comercialmente.
Um dos destaques dos projetos que já estão em operação é um novo cárter feito à base de compostos poliméricos que pesa metade do tradicionalmente utilizado pela indústria automotiva para veículos leves que é feito a partir de alumínio. O cárter é o recipiente de armazenamento do óleo no motor dos veículos.
Segundo a Dupont, o produto desenvolvido por eles mantém as mesmas características e os testes indicam que a resistência do novo produto é maior do que a do tradicional quando submetidos a condições extremas de impacto.
Outro projeto desenvolvido pelo CIB foi a adaptação da tecnologia norte-americana que produz etanol a partir de milho para a realidade brasileira. A Dupont começou a trabalhar nessa inovação no Brasil em 2013 a partir de uma ideia patenteada pela própria empresa nos Estados Unidos.
Um grupo de pesquisadores da DuPont Brasil e dos Estados Unidos trabalharam em colaboração para alcançar uma tecnologia que viabilizasse a produção de etanol de milho com custo atrativo para as usinas de cana-de-açúcar e sem transformações agressivas em sua estrutura.
As pesquisas culminaram em uma solução que integra cana-de-açúcar com milho e que segundo a Dupont reduz "dramaticamente os custos de investimento e operacional para usinas sucroalcooleiras que eventualmente contam com sobra energética e capacidade ociosa de equipamentos, como tanques de fermentação e colunas de destilação".
Além do etanol adicional, o processamento do milho fornece um produto adicional conhecido como farelo de milho, que pode ser utilizado na alimentação de animais, como fonte de proteína.
Sobre os projetos que estão em desenvolvimento se destacam as tecnologias para uso de materiais de alta performance para transporte de frutas e hortaliças, pesquisas avançadas sobre redução de teor de açúcar, sódio e gordura nos alimentos, além de projetos voltados para o desenvolvimento de novos defensivos agrícolas.
Tecnologia global
A empresa não conta apenas com a tecnologia desenvolvida no Brasil, pois tudo que é desenvolvido nos outros 12 centros de inovação da Dupont no mundo pode ser utilizado pelas empresas que procuraram soluções junto a filial da Dupont do Brasil.
Denise conta que os Centros de Inovações da Dupont funcionam de maneira conectada
"Além de estimular atividades de colaboração com nossos clientes, o CIB permite um contato direto com os mais de 10 mil cientistas e engenheiros que integram a rede de pesquisadores da DuPont globalmente. Trata-se de uma troca de experiências importante, permitindo identificar soluções adotadas em outros países e que podem resolver problemas específicos em áreas estratégicas para a DuPont no Brasil", comenta Denise.
Além do CIB, a Dupont possui outros 12 centros de inovação no mundo dedicados para atividades de colaboração com parceiros da cadeia.
DCI
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