Cervejarias têm terceira queda seguida na produção

A produção de cerveja no país registrou volume de 1,07 bilhão de litros nos meses de julho a setembro de 2013, segundo dados divulgados pela Associação Brasileira da Indústria da Cerveja (CervBrasil), a partir de informações compiladas do Sistema de Controle de Produção de Bebidas (Sicobe), da Receita Federal e do Instituto Nielsen. O resultado mostra uma retração de 2,3% no 3º trimestre em relação ao mesmo período de 2012. De acordo com a CervBrasil, esta é a terceira queda trimestral apurada no ano. Os decréscimos foram de, respectivamente, 0,4% e 3,4% no 1º e no 2º trimestre. Já no acumulado do ano - janeiro a setembro de 2013 contra os nove primeiros meses de 2012 - a queda total foi de 2%.
Fabricação de cerveja no país, de julho a setembro de 2013, foi de 1,07 bilhão de litros
A associação engloba os resultados de produção das quatro principais cervejarias do país - AmBev, Heineken, Brasil Kirin e Cervejaria Petrópolis.
Veja também: Heineken lança nova cerveja com suco de limão da marca Kaiser
De acordo com Paulo De Tarso Petroni, diretor geral da CervBrasil, mesmo com resultados negativos, o setor espera que 2014 seja mais produtivo.
“Apesar de o setor ter apresentado uma queda de 2% no acumulado do ano , continuamos planejando a longo prazo e mantemos uma confiança plena no desenvolvimento do Brasil”, diz Petroni.
A confiança do setor tem como principais bases a expectativa de que o governo seja bem-sucedido e possa reduzir a inflação a patamares “mais confortáveis”. A chamada inflação da cerveja, medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), apresentou alta de 1,1% em setembro, em relação a agosto e um avanço de 6,7% no acumulado do ano.
Para a CervBrasil, os números desfavoráveis do setor refletem o atual momento da indústria como um todo, em decorrência da desaceleração dos ganhos do trabalhador,da inflação alta e do endividamento das famílias.
E mais: Devassa pode levar multa de R$ 6 milhões por publicidade abusiva
Ainda com o objetivo de segurar os preços dos produtos, o governo adiou para abril de 2014 o novo aumento nos impostos pagos pelo setor, que seria em torno de 2%. O reajuste deveria acontecer em setembro. No começo do ano o setor já havia recebido um aumento de iguais 2% nos impostos. Pelas contas de especialistas do setor, a carga tributária do mercado de cervejas chega a 56%.