Os embarques de computadores totalizaram 90,3 milhões no quarto trimestre do ano passado, uma queda de 4,9% em relação com o mesmo período de 2011. Os números fazem parte de um balanço preliminar divulgado pela empresa de pesquisa Gartner. Nos Estados Unidos, houve recuo de 2,1% nas entregas de PCs. Já na Europa, no Oriente Médio e na África, o desempenho foi 9,6% menor no quarto trimestre de 2012. No balanço do ano, os embarques de PCs em todo o mundo apresentaram uma queda de 3,5% no mundo, totalizando 352,7 milhões de unidades.
O lançamento do sistema operacional Windows 8, da Microsoft, em outubro, não revigorou a indústria de PCs. O fato de muitos fabricantes terem optado por não fabricar equipamentos com tela sensível ao toque reprimiu a demanda por máquinas baseadas no novo software. Os computadores finos e leves conhecidos como ultrabooks também falharam em cativar os consumidores, tanto pela falta de aparelhos, quanto pelo preço alto dos modelos disponíveis. "Nas vendas de fim de ano vimos varejistas limpando os estoques de máquinas com o Windows 7, ou direcionando esforços para notebooks mais baratos", disse Ranjit Atwal, diretor de pesquisa do Gartner.
Na avaliação do analista Mikako Kitagawa, a queda nas vendas de PCs está ligada à expansão dos tablets. "Eles mudaram dramaticamente o cenário para a indústria de PCs, nem tanto por "canibalizar" as vendas, mas por levar usuários de PCs a consumir tablets em vez de substituir computadores obsoletos", disse. Segundo o analista, haverá quem opte por ter um tablet e um bom computador de mesa, mas esse perfil de consumidor será exceção e não a regra. Para os especialistas do Gartner, a rápida queda nos preços dos tablets é o principal motivo para esses equipamentos terem se tornado o principal objeto de desejo de consumidores em detrimento dos PCs.
Valor Econômico
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