quinta-feira, 08 de junho, 2017

Mirandas reinventa a venda direta com modelo de distribuição de marcas

São Paulo - Na onda da reinvenção do varejo, a venda direta também muda seu modelo no Brasil. Ao invés de um mero catálogo de produtos - predominantemente cosméticos -, uma curadoria de marcas reconhecidas e com valor internacional, e também empresas de médio e pequeno porte com conceitos em linha com as tendências do consumo - a sustentabilidade, por exemplo.
Além disso, no lugar de vendedores ou consultores, "associados" com um perfil adequado para levar à porta das classes A e B produtos de maior valor agregado, em comparação aos itens ofertados tradicionalmente por esse tipo de comércio.
Essa é a proposta da mais nova empresa do segmento no País, a Mirandas, que já tem como investidor o fundo de venture capital Canary. "Estamos criando oportunidade para qualquer empresa operar no mercado da venda direta no País, sem deixar de atuar nas lojas físicas ou comércio eletrônico, como uma espécie de distribuidora, de marketplace deste canal de varejo, inclusive para novos empreendedores", afirma a fundadora da Mirandas, Andrea Eboli, que participa diretamente da curadoria do portfólio da empresa.
Tradicionalmente, o modelo de venda direta é adotado por fabricantes, que utilizam o canal como forma de potencializar a venda de seus produtos. Nesse sentido, a Mirandas também inova, já que a empresa atua como distribuidora - vendendo produtos de marcas distintas.
O início da operação está marcado para o próximo dia três de julho no Estado de São Paulo, com no mínimo mil vendedores. "Nossa meta é consolidar posição em São Paulo, com 10 mil associados em dezembro deste ano, para em 2018 expandir para o Rio de Janeiro e, a cada ano, conquistar mais um estado", diz Eboli. Ela ressalta que a Mirandas inovou também na forma de cadastrar vendedores. "Tudo é on-line e o único custo é a mensalidade de R$ 13. Não cobramos frete nem kit inicial e o associado ganha 15% sobre o preço do catálogo", explica.
A empresária enfatiza que a Mirandas quer representar ainda uma chance de geração de renda extra e empoderamento feminino para milhares de mulheres. "Além de sermos um 'Uber' da venda direta para os associados - sem tirá-los do foco de suas atividades, agregamos mais um portfolio de mercadorias à sua atividade -, vamos estimular que eles se tornem microempreendedores", comenta. E pelo lado do comprador, outra ideia é incentivar o autoconsumo. "Também podemos ser um clube de compras, semelhante ao do e-commerce Privalia, mas da venda direta. O preço final dos nossos produtos em parceria com licenciamento da Disney, por exemplo, é o mesmo das demais lojas. Ao se cadastrar na Mirandas e pedir a mercadoria, o comprador já ganha 15% de desconto", diz.
Primeira campanha
Ao contrário das empresas tradicionais do mercado de venda direta no Brasil - 90% composto de cosméticos e que em 2016 movimentou R$ 40,4 bilhões -, a primeira campanha da Mirandas é variada. Composta por dez empresas e cerca de 100 produtos, traz várias marcas de cosméticos, como os da Valmari, disponíveis até agora em casas especializadas de dermocosméticos; mas tem mochilas e guias de saúde para várias idades. As bolsas Stella Sofia têm os preços mais altos, entre R$ 200 a R$ 450.
O capítulo dedicado ao empreendedorismo no primeiro catálogo conta a história da Joaquina Brasil, marca fundada por Roberta Negrini, de roupas femininas feitas com materiais descartados pelas indústrias têxteis. Completa a campanha a parte dedicada à ampliação dos consumidores da venda direta, até agora muito focada nas mulheres. A Mirandas apostou nos produtos infanto-juvenis licenciados pela Disney, mas a cada campanha trará uma segmentação de público - masculino, jovens, donos de pets, veganos. "Vamos mudar o catálogo a cada dois meses", afirma.
Inovação do canal
Especialista em venda direta, Andrea Eboli trabalhou 15 anos na Natura, uma das pioneiras nesse canal de varejo no Brasil, onde atuou como diretora de vendas e de marketing. O doutorado em marketing e venda direta pela Swiss Business School e especialização em Educação Executiva em Marketing Digital pela NYU e pela Harvard Business School estimularam Eboli a empreender e inovar no setor. Assim, ano passado decidiu fundar a sua própria empresa. "Acredito que um negócio de sucesso se faz por meio de ideias inovadoras, execução de qualidade e pessoas engajadas e comprometidas. A Mirandas traz um pouco de tudo isso e principalmente a força da mulher e seu empreendedorismo sendo o alicerce desta grande iniciativa", diz Eboli, que participa do Conselho Consultivo do Instituto Brasileiro de Inteligência de Mercado (Ibramec).
DCI - 07/06/2017
Produtos relacionados
Ver esta noticia em: english espanhol
Outras noticias
DATAMARK LTDA. © Copyright 1998-2024 ®All rights reserved.Av. Brig. Faria Lima,1993 3º andar 01452-001 São Paulo/SP