terça-feira, 17 de dezembro, 2013

Marisa pisa no freio e reduz abertura de lojas em 2014

A varejista de moda Marisa vai reduzir o ritmo de abertura de lojas em 2014, prevendo que esse será um ano de "vacas magras". Por enquanto, estão confirmadas apenas 15 novas unidades e 13 reformas. Neste ano, foram 39 inaugurações e 19 reformas.
Durante reunião com analistas e investidores, ontem, em São Paulo, o empresário Márcio Goldfarb, presidente da Marisa, disse que os próximos anos não serão tão promissores para o varejo como foram os últimos dez, mas que ainda há muita oportunidade de crescimento para a empresa, hoje com 400 lojas.
Além dos 145 municípios com potencial de lojas onde a Marisa ainda não está presente, a empresa aposta em e-commerce e vendas diretas. Esses dois canais juntos devem alcançar faturamento de R$ 1 bilhão por ano, no prazo de cinco anos.
Para 2014, a Marisa pretende expandir a operação de vendas diretas para seis novos Estados, três deles no Nordeste. Por enquanto, esta operação funciona em oito Estados, com 4.106 consultoras. O tíquete médio de compras nas vendas diretas, que funciona há apenas sete meses na Marisa, está em R$ 373. "A aceitação da marca nesse canal está sendo surpreendente", afirmou Arquimedes Sales, diretor de vendas da varejista.
Segundo o executivo, o e-commerce já representa um volume de vendas "robusto", principalmente em calçados. Por causa disso, a Marisa vai migrar para um novo centro de distribuição em Navegantes (SC) no prazo de noventa dias. A unidade, que atenderá o varejo on-line e as vendas diretas, tem 17 mil metros quadrados, quase o triplo do tamanho da estrutura atual.
Em paralelo, a Marisa vem tentando recuperar o crescimento das suas vendas 'mesmas lojas' (unidades abertas há mais de um ano), com melhoria nos processos de abastecimento das lojas. Segundo Paulo Borsatto, diretor financeiro, o indicador registra alta no quarto trimestre, na comparação anual. No terceiro trimestre, as 'mesmas lojas' recuaram 7,5%.
"Vamos primeiro tentar recuperar o 'market share' que perdemos no terceiro trimestre para depois voltar a crescer mais agressivamente", disse Borsatto.
Para o executivo, o consumidor da Marisa ficou ainda mais sensível a preços este ano, por causa da inflação de alimentos. Apesar dessa percepção, a empresa não pretende fazer nenhuma mudança "drástica" no seu posicionamento. "Seremos mais agressivos nos preços de entrada [categorias de produtos mais simples e baratos]. Mas vamos continuar tentando aumentar o tíquete".
A Marisa está conservadora não apenas no plano de lojas, mas também na concessão de crédito pessoal na Sax, financeira da empresa. "Estamos mais seletivos na concessão, priorizando clientes com bom comportamento", disse Borsatto, ressaltando que, no mês de dezembro, a Marisa sentiu queda na demanda por crédito.
Para o executivo, a Copa do Mundo no Brasil deve impulsionar as vendas de cervejas e TVs, mas não o varejo de vestuário. "E as eleições só devem trazer algum benefício para as categorias com incentivo do governo".
Se o cenário macroeconômico para 2014 é difícil, 2015 pode ser pior, na opinião do executivo. "O governo precisará fazer um grande ajuste fiscal. Uma hora a conta vai ter que ser paga", afirmou ontem, em conversa com jornalistas.
Em outubro, a Marisa fez hedge cambial para 80% das suas importações até abril de 2014. É a primeira vez, desde 2007, que a empresa faz esse tipo de transação. O dólar foi travado entre R$ 2,17 e R$ 2,18.
Valor Econômico - 17/12/2013
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