quinta-feira, 18 de janeiro, 2018

Atacado já mostra preços maiores dos alimentos em 2018

Quem se acostumou aos preços baixos dos alimentos no ano passado pode se preparar para valores mais elevados em 2018. O ano passado foi marcado por um clima perfeito, o que gerou uma supersafra de grãos e boa produção de hortifrútis. O clima pode até ser bom de novo neste ano, mas alguns fatores novos vão acarretar a elevação. Os preços no atacado já começam a mostrar essa movimentação para cima.
Em julho de 2017, após um primeiro semestre de queda, principalmente das carnes, o IGP-10 da FGV indicava uma deflação de 2,52% no mês. No acumulado em 12 meses, a queda era de 18,5%. Neste mês, conforme os dados mais recentes divulgados pela FGV, os preços dos alimentos no atacado subiram 0,74%, o quarto seguido de elevação. O acumulado em 12 meses já tem queda menor, de apenas 11,66%, conforme o dado mais recente.
João Paulo Bernardes Deleo, pesquisador na área de hortaliças do Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada), alerta para o fato de que o ano de 2017 foi bom para os consumidores, mas não para os produtores, que tiveram perda de renda.
O resultado é que neste ano os produtores, descapitalizados, reduziram a área de plantio. Além disso, estão fazendo investimentos menores nas lavouras.
Isso significa que, mesmo com um clima favorável, o consumidor vai pagar mais caro pelos hortifrútis.
O Ceagesp, principal centro de abastecimento de São Paulo, já começa a refletir esses preços. No início do ano, o quilo de tomate do tipo italiano de melhor qualidade custava até R$ 3,02. Nesta semana está em R$ 4,75, uma alta de 55%.
O IGP-10, que indicava uma queda de 10% nos preços do tomate em dezembro, já aponta alta de 18% em janeiro.
As altas não se limitam, no entanto, a hortifrútis. O preço dos bovinos foi um dos principais componentes de pressão dos alimentos no atacado neste mês, segundo a FGV.
Outro produto que entra nessa lista de pressão é o milho, cuja área de plantio neste verão foi a menor em quatro décadas (período em que a Conab começou a divulgar os dados de área de plantio). O comportamento dos preços do milho ainda é incerto, uma vez que as primeiras estimativas ainda indicam uma produção próxima de 90 milhões de toneladas neste ano.
Os estoques atuais são elevados, e a aposta de uma safra maior recai sobre a safrinha.As estimativas de exportação, porém, são de um novo recorde, o que enxuga ainda mais o mercado. O volume e o preço do milho são determinantes para as carnes, principalmente as de ave e suína.
Feijão e arroz têm previsões de área e de produção menores, mas os preços ainda não reagiram neste ano, o que poderá ocorrer. A evolução da economia também é um componente importante no comportamento dos alimentos. Pode puxar a demanda e elevar preços.
Supermercado Moderno - 17/01/2018
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