sexta-feira, 13 de maio, 2016

Bayer estuda oferta de US$ 40 bilhões pela Monsanto

O grupo químico e de medicamentos alemão Bayer, avaliado em € 79 bilhões, está estudando a possibilidade de adquirir o grupo de agribusiness norte-americano Monsanto por mais de US$ 40 bilhões, no que seria a mais recente consolidação entre os fornecedores mundiais de sementes e produtos químicos de uso agrícola.
A Bayer e seus consultores financeiros vêm estudando há semanas de que maneira a companhia combinada seria estruturada. Se for apresentada uma oferta pela empresa sediada em St. Louis, ela viria quase um ano depois da tentativa frustrada da Bayer de adquirir outra rival, a Syngenta, da Suíça.
Pessoas envolvidas no processo disseram que embora a companhia alemã estivesse ponderando a oferta da Monsanto, estava preocupada com a possibilidade de que uma união desse porte enfrentasse diversos obstáculos, da parte das autoridades regulatórias e de defesa da competição.
Não está claro se as duas partes já realizaram negociações diretas, mas uma potencial oferta surgiria em um momento no qual o setor de agribusiness viu rápida sucessão de fusões e aquisições em larga escala, incluindo a fusão de US$ 130 bilhões entre a Dow Chemical e a DuPont, em dezembro.
Uma transação permitiria que a Bayer complementasse suas operações de ciências agrícolas, incorporando as divisões de biotecnologia e sementes da Monsanto, que incluem o spray químico Roundup e as sementes geneticamente modificadas Roundup Ready.
A Bayer se recusou a comentar e a Monsanto não respondeu de imediato a pedidos de comentários.
As ações da Monsanto subiram em 9,5%, para US$ 100,52, na abertura do pregão em Nova York, o que significa um valor de mercado para US$ 42,5 bilhões. As ações da Bayer caíram em 4,6%, para 95,44 bilhões de euros, por conta da notícia da possível oferta, que foi reportada pela Bloomberg.
As rápidas rodadas de negociações, nos últimos meses, foram deflagradas pela tentativa infrutífera da Monsanto de comprar a Syngenta, que fracassou em agosto.
Hugh Grant, o escocês que ocupa a presidência executiva da Monsanto desde 2003, argumentou que a companhia norte-americana precisa ir além de sua dependência do segmento de organismos geneticamente modificados, e prover uma oferta mais integrada aos agricultores, incluindo produtos químicos essenciais.
Essa lógica sustentava as três tentativas da Monsanto para adquirir a Syngenta desde 2011, todas frustradas, que terminaram por levar a companhia suíça a aceitar uma oferta de aquisição de US$ 44 bilhões da ChemChina, um grupo chinês pouco conhecido que vem realizando grandes aquisições no exterior.
Somadas à fusão entre a Dow e a DuPont, as transações deixaram a Monsanto exposta e levaram a Bayer e sua rival alemã BASF a estudar diversos cenários para suas unidades de agribusiness.
A Bayer recentemente apontou um novo presidente-executivo: Werner Baumann, veterano com 28 anos de experiência na empresa e seu antigo vice-presidente de estratégia, que substituiu Marijn Dekkers no comando da empresa em abril. Dekkers substituiu Michael Treschow como presidente do conselho da Unilever.
Sob Dekkers, que comandou a empresa por seis anos, a Bayer se transformou de um conglomerado químico conservador em um grupo com mais foco nas ciências biológicas.
No ano passado, ela promoveu a abertura de capital de sua divisão Covestro, de plásticos, na oferta pública inicial de ações no mercado alemão em anos - ainda que as condições turbulentas do mercado tenham forçado a Bayer a reduzir o preço de emissão. Depois da oferta pública inicial, a Bayer ficou com quatro áreas operacionais: farmacêutica, produtos de saúde ao consumidor, saúde animal e agricultura.
A companhia, que foi criada há 150 anos, produz o Xarelto, um anticoagulante que é grande sucesso de mercado, com 2,3 bilhões de euros em vendas no ano passado. Ela também fabrica produtos que vão de pesticidas e coleiras antipulgas a remédios contra o câncer e à marca mais antiga da empresa - a aspirina. Ela continua a ter raízes profundas em sua cidade de origem, Leverkusen, na região industrial da Renânia do Norte-Vestfália um relacionamento caracterizado pelo seu controle do time local de futebol da Bundesliga, o Bayer Leverkusen.
Folha – 12/05/2016
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