quinta-feira, 23 de julho, 2015

Pedidos de comida por aplicativos devem dobrar até o fim do ano

SÃO PAULO - O número de pedidos de comida feitos por aplicativos para smartphones e tablets vai dobrar até o fim do ano. Pelo menos é o que esperam duas das maiores empresas que atuam nesse mercado no Brasil: a iFood e a Hellofood, donas de um market share estimado em 90%.
As duas pegam carona na tendência de crescimento da alimentação fora do lar, que engloba o delivery e se expande a uma taxa média anual de 14,2% segundo a Associação Brasileira das Indústrias da Alimentação (Abia). O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) calcula que os brasileiros gastem, em média, 25% de sua renda se alimentando fora de casa ou realizando pedidos de comidas prontas.
"É aí que os aplicativos estão entrando. Nesse momento em que a alimentação fora do lar se acentua, eles aproveitam para oferecer esse serviço através da tecnologia", diz Percival Maricato, presidente da Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (AbraselSP).
Enquanto a entidade calcula que o movimento em bares e restaurantes de São Paulo tenha caído 13% no segundo trimestre, em comparação com o mesmo período do ano passado, o número de pedidos entregues em domicílio e feitos via aplicativos cresce a uma velocidade de quase 1% ao mês.
Os aplicativos cobram uma comissão média de 12% sobre o valor de cada pedido. O restante fica com o restaurante, assim como a responsabilidade pela operação de entrega.
De acordo com o CEO da iFood, Felipe Fioravante, 5% de todos os deliverys de alimentos são solicitados por meio de apps. Até o fim do ano, calcula, a representatividade deve subir a 10%.
Por mês, a empresa recebe cerca de 800 mil pedidos. "Até dezembro a gente estima alcançar uma média de 1,3 milhão de pedidos por mês. Até por isso estamos aumentando o portfólio de estabelecimentos que estão no software", afirma.
Em 2014, o faturamento da iFood chegou a R$ 50 milhões, número quatro vezes maior que no ano anterior. Para 2015, a expectativa é chegar a R$ 100 milhões.
Em junho, a Movile, desenvolvedora de aplicativos com sede em Campinas e detentora de 60% da iFood, e a britânica Just Eat, dona do RestauranteWeb, injetaram R$ 125 milhões na empresa, o que deve ajudá-la a atingir a meta.
Atualmente o iFood conta com aproximadamente 5 mil restaurantes com os mais variados tipos de comida. Uma parte do investimento que a empresa recebeu, segundo Fioravante, servirá para expandir o número de estabelecimentos. "O objetivo é contar com 10 mil [restaurantes] até o fim do ano", afirma. "Com esse crescimento orgânico nós passaríamos a atender quase 100 cidades brasileiras. No momento atendemos diretamente algo em torno de 40 cidades", diz.
Qualificação
A concorrente Hellofood tem focado sua estratégia na qualidade do portfólio de estabelecimentos encontrados no aplicativo. Por isso, segundo o co-CEO Roberto Gandolfo, o número de lojas ativas no sistema da companhia diminuiu nos últimos meses, passando de três mil para dois mil.
"Tomamos a decisão de que a nossa estratégia estaria focada em oferecer a melhor experiência possível para o consumidor. Então, analisamos cada um dos três mil restaurantes para ver se eles atendiam o cliente de forma adequada e em um tempo estipulado que consideramos aceitável", explica. Os que não atendiam aos requisitos mínimos da empresa foram cortados.
Segundo ele, até o fim de 2015 a Hellofood terá 2,5 mil estabelecimentos disponíveis. "Os novos selecionados já estarão dentro de uma segmentação de qualidade que estamos propondo", garante.
Gandolfo acredita que o mercado de entrega de comida via aplicativos represente até 30% do total de pedidos até 2018. Assim como a iFood, a empresa, com sede na Alemanha, tem buscado recursos de investidores para melhorar a plataforma.
"Captamos um total de US$ 320 milhões até o momento. Esse montante é dividido entre as operações em 40 países em que a Hellofood atua. O principal aporte é sempre no aplicativo. Em seguida, olhamos o mercado para analisar potenciais aquisições", afirma.
DCI – 23/07/2015
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