sexta-feira, 09 de agosto, 2013

Magazine Luiza melhora resultado

Após o comando do Magazine Luiza ressaltar, três meses atrás, que não existiriam mais desculpas para a "seca" de resultados que a empresa viveu nos últimos tempos, a varejista divulgou ontem números avaliados de forma positiva pelo mercado. As ações ON subiram ao longo do dia e fecharam em forte alta de 28,89%, a R$ 6,38, num dia de Ibovespa estável.
Melhorias em alguns indicadores operacionais no segundo trimestre, avanços no desempenho da financeira Luizacred e uma promessa de evolução "gradual e constante" dos resultados ajudam a explicar a boa avaliação do mercado. Julho foi o melhor mês para a empresa neste ano, disse Marcelo Silva, diretor superintendente da rede. Os números do mês devem ser divulgados em novembro.
Segundo o relatório do segundo trimestre, o lucro líquido ajustado (excluindo o efeito da venda de um centro de distribuição em junho) cresceu 21,4%, para R$ 11,5 milhões,, em relação a igual período de 2012. A relação entre despesas e receita líquida, em 25,2% de janeiro a março, caiu para 21% de abril e junho (no segundo trimestre de 2012, estava em 24,3%). A margem Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) teve leve alta de 0,1 ponto (de 5% para 5,1%. No primeiro trimestre, o índice era 3,6%.
A companhia já antecipou que ações devem ser tomadas no segundo semestre, na tentativa de ampliar níveis de rentabilidade da rede - a margem líquida ajustada ficou estável de abril a junho, em 0,6% - como reflexo de uma maior diluição de custos e despesas, que evoluiu menos do que o planejado no segundo semestre. Isso ocorreu porque a empresa decidiu ampliar gastos em marketing, com exposição mais forte da marca e de promoções num ambiente de consumo mais difícil, aumentando despesas com marketing.
Entre as ações que diluem mais os custos está o processo de reavaliação dos gastos com frete, já em andamento, para aumentar a economia e melhorar prazo de entrega ao cliente. Também avança a nova política de definição de preços da empresa - com análise mais regional. O Orçamento Base Zero (ferramenta usada na redução de desperdícios), começou a ser implementado neste ano e deve trazer resultados mais visíveis no último trimestre, diz a direção.
Desde que adquiriu, num espaço de apenas um ano, a Lojas Maia e os pontos do Baú da Felicidade, a companhia passou a entregar números mais fracos, com pressão maior nas despesas e reversão de lucro em prejuízo durante a integração dos negócios nos últimos trimestres. Há uma expectativa do mercado quanto ao início do processo de recuperação mais consistente dos resultados. E, apesar de alguns números melhores, há uma análise ainda cautelosa de alguns especialistas, como Marcelo Torto, da Ativa Corretora.
"A companhia mostrou crescimento de vendas bem acima do esperado pelo mercado, uma vez que havia uma perspectiva ampla de um fraco segundo trimestre, devido à grande dependência da companhia ao crédito, suas baixas margens e impactos negativos dos protestos de junho", escreveu em relatório. Houve melhora da rentabilidade da Luizacred (margem Ebitda de 3,1% para 10,2% no segundo trimestre de 2012 e 2013) e houve expansão nas margens brutas das operações no Nordeste, destaca ele. Porém, Torto prefere "contestar a euforia do mercado".
"De fato o investimento em campanhas de marketing da companhia e outros fatores 'micro' ofuscaram a conjuntura desfavorável, contudo não acreditamos que as melhoras sejam sustentáveis no longo prazo sem uma mudança do cenário adverso, uma vez que as margens ainda são baixas e as despesas SG&A [com vendas, gerais e administrativas] não devem se normalizar sem um acompanhamento significativo no volume de vendas", escreveu Torto. A receita líquida aumentou 11,6% de abril a junho, alcançando R$ 1,84 bilhão, sendo que no mesmo período de 2012, a alta foi de 22,3%. A base alta pode justificar a desaceleração, mas analistas entendem que o desaquecimento do mercado pode ter pesado. O alta de 11,6% está dentro das previsões de desempenho da rede.
A empresa, numa análise mais prudente, descarta a hipótese de trimestres "espetaculares", disse Silva. Ele afirmou que a varejista vai entregar melhores resultados em 2013 (em 2012, o lucro caiu 75%) e em 2014, os ganhos das iniciativas tomadas agora aparecerão de forma completa.
Valor Econômico - 08/08/2013
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