terça-feira, 03 de janeiro, 2017

Santander aposta nos pequenos produtores rurais

São Paulo - Em busca de expansão na carteira de crédito rural, o Santander tem ido além das tradicionais linhas de custeio de safra e investimentos na lavoura. O banco também quer avançar com o financiamento aos pequenos produtores.
A ideia é verticalizar a cadeia: com o produtor na ponta inicial, o suporte do Santanter e a garantia de compra do produto da agroindústria.
"Queremos consolidar a atuação em segmentos de maior porte, mas sem esquecer a agricultura familiar que ainda tem grande potencial", diz o superintendente executivo de Agronegócios do banco, Carlos Aguiar.
De janeiro a setembro de 2016, o banco acumulou quase R$ 40 bilhões na carteira de crédito ao setor, sendo R$ 8,492 bilhões de subsídios e o restante de recursos livres.
O pecuarista Kleber Júnior Gozzi, por exemplo, adquiriu um crédito de R$ 4 milhões para retomar o crescimento da produção de suínos em um sítio da família, em Ouro Verde do Oeste (PR). "Cresci em um ambiente rural e depois dos 25 anos fui trabalhar em outras áreas. Naquela época, meu pai produzia de 200 a 300 leitões por mês. Tínhamos 51 leitoas criadeiras. Sete anos se passaram e a produção caiu para 40 a 50 animais mensais, apenas para consumo ou para venda na mercearia", conta o ruralista. Com o financiamento, ele montou um plano de expansão comercial e a meta é fornecer de 5 mil a 6 mil suínos mensalmente. "Houve mudanças na minha estrutura familiar, serei pai, e decidi voltar para o campo", comenta. A criação em larga escala está prevista para começar no segundo semestre de 2017. Em um segundo momento, o objetivo é atingir 25 mil animais em nove anos. Em termos de área, o incremento pode vir por meio de uma fazenda da família, que conta com 240 hectares. Hoje, ele é dono de 24 hectares no município.
"Nossa remuneração vai girar em torno de R$ 0,40 a R$ 50 por quilo, sendo que um suíno de 100 quilos ficaria de R$ 40 a R$ 50. Na região, os produtores recebem na faixa de R$ 25 a R$ 28", estima o suinocultor.
Em Piraí do Sul (PR), Liane Policarpo da Silva toca o sítio Frei Galvão com o marido, avicultor há 37 anos. "Somos integrados à agroindústria há anos. Mas os aviários não estavam bons e pedimos um primeiro crédito para que chegássemos a 42 mil frangos a cada 28 dias. No segundo semestre de 2016, saiu o financiamento em parceria com a BRF e conseguimos aumentar a produção", conta ela. O sítio obteve R$ 4,5 milhões junto ao banco e passará a fornecer 240 mil animais por ciclo de 28 dias.
Nos dois casos, a empresa de alimentos garante a compra. São estabelecidos preços diferenciados pelo produto - para pagar o investimento em infraestrutura e por padrão de qualidade dos animais -, que seguem integralmente as normas de produção fixadas pela BRF para exportação.
Menos subsídios
O executivo do Santander vê uma diminuição do crédito rural subsidiado em 2017, devido a crise. "Neste Plano Safra [2016/2017] já vimos o governo subir as taxas a 9,5%. Caminhamos para um período de menos subsídios. Vários setores dependerão cada vez mais do credito privado a taxas livres", enfatiza Aguiar, ao justificar o crescimento dos investimentos em infraestrutura do banco, visando melhorar o atendimento ao setor.
Hoje, das 2.200 agências, 450 são especializadas ao segmento. "Reforçamos nossa equipe para nos aproximarmos mais do campo e para entender melhor às necessidades de produtores, além de reforçarmos as áreas de crédito e operações".
DCI
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