segunda-feira, 06 de julho, 2015

Força do setor de beleza atrai os aportes estrangeiros em cosmético

O setor de beleza mostra resistência frente à crise econômica do País. O otimismo contagia até estrangeiras como Jafra Cosméticos e Innovapharma que já programam novos investimento no mercado brasileiro para dobrar detamanho.
Elas aproveitam que, mesmo com o bolso mais apertado, o brasileiro não mostra disposição em deixar os cuidados pessoais de lado. Tanto que a estimativa para este ano é que o consumo dessa categoria cresça 5% em volume, segundo a Associação Brasileira da Indústria de Higiene Pessoal, Perfumaria e Cosméticos (Abihpec).
Em parceria com a consultoria Booz & Company, a entidade afirma que o montante movimentado no mercado chegará a R$ 50 bilhões em 2015, e que as empresas invistam cerca de R$ 20 bilhões, ou seja, o dobro de anos anteriores. "O Brasil é hoje o segundo maior mercado de cosméticos. Perde apenas para os Estados Unidos", diz o CEO da inglesa Innovapharma, Leonardo Rezende.
Investimentos
O executivo antecipou ao DCI que só neste ano a empresa pretende crescer 45%, e que além do ácido hialurônico - para preenchimento - a Innovapharma lançará novos produtos no mercado. "Vamos ampliar nossa participação com o lançamento de dermocosméticos e nutracêuticos, que serão vendidos diretamente ao consumidor", disse Rezende.
Em busca de novos mercados, até o final deste ano, a empresa pretende investir mais de R$ 10 milhões no País, também em ações de marketing. "Com o ácido hialurônico atendemos hoje um número grande de dermatologistas e cirurgiões plásticos. Até treinamento oferecemos a estes profissionais. Estamos prospectando agora o mercado odontológico", enfatizou Rezende. Para ele, há uma demanda muito grande para o uso de ácido hialurônico. "Muitas pessoas ainda não conhecem o ativo. Sabem apenas sobre o Botox".
Entre as líderes
Para reverter o quadro de ser ainda pouco conhecida no Brasil - e chegar a vigorar entre as top five do mercado de venda direta no País - a Jafra Cosméticos contratou Lásaro do Carmo Junior (ex-CEO da Jequiti). "Estou colocando a casa em ordem este ano. Vamos melhorar o nosso processo logístico e investir 'uma bala' em tecnologia", afirmou.
A meta é dobrar a empresa de tamanho até 2016 e ampliar o faturamento da marca, que atualmente é de R$ 100 milhões. "Tem muito trabalho pela frente, mas estamos confiantes", enfatizou. Além disso, em quatro e cinco anos a previsão da Jafra é estar entre os principais players. E parece que investimento para isso não será problema. "Conversei com os executivos lá de fora e eles estão dispostos a investir um montante substancioso aqui", disse Carmo Junior.
Perspectivas
O valor - não revelado - deverá ser usado para a aquisição de empresas do setor, à área de marketing e a centralização do centro de distribuição em São Paulo. Hoje são três CDs: São Paulo, São Luís do Maranhão e Amazonas. "A respeito das aquisições, não posso dizer quais são, mas estou de olho em algumas marcas do mercado", enfatizou Carmo Jr. E completou: "Esse é o melhor momento para se fazer uma aquisição", declara.
Questionado sobre se a crise que tem afetado o País, ele afirmou que a Jafra não se intimida. "Quando eu assumi a Jequiti, em 2008, o País também estava em crise, mas sobrevivemos. Hoje, vejo que investir no Brasil está mais barato e isso é vantajoso".
Quando achar que a demanda no mercado interno é grande o bastante, a Jafra Cosméticos poderá passar a produzir produtos no Brasil, com uma fábrica própria. "Hoje, os produtos são todos importados, pois a nossa escala é baixa. Conforme ela for crescendo, será mais interessante ter uma indústria local", afirma.
E não é só o mercado brasileiro que é interessante para a Jafra. "Estamos abrindo mercado na Ásia e quando lá tiver escala, ter uma fábrica será importante", concluiu. Hoje, os produtos vêm do México.
Flávia Milhassi
DCI
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