sexta-feira, 10 de julho, 2015

Alta de imposto sobre cosméticos começa a ser repassada

Segunda maior rede de salões de beleza do Rio de Janeiro, a Walter's notou nos últimos meses forte queda na demanda por serviços, enquanto clientes que antes faziam escova nos cabelos ou manicure semanalmente passaram a fazê-los quinzenalmente ou até mesmo uma vez por mês.
A redução da procura se estendeu a serviços como pintura e tratamento para cabelos, maquiagem, entre outros. "O cliente está saindo menos de casa, evitando comer fora e, para economizar, está fazendo menos escova e menos pé e mão", disse Walter Filho, sócio da marca que tem 12 unidades no estado.
O cenário para os salões de beleza pode ficar ainda mais difícil diante do aumento da carga tributária sobre o setor de cosméticos, que começará a sentir a partir deste mês impacto mais forte nos preços de produtos como perfumes e maquiagens. Em maio, o governo federal passou a cobrar Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) também de atacadistas de cosméticos, além do já cobrado dos fabricantes, o que segundo a Associação Brasileira da Indústria de Higiene Pessoal, Perfumaria e Cosméticos (Abihpec) elevará os preços em até 12% acima da inflação, que atingiu 8,89% pelo IPCA em 12 meses até junho. A previsão da entidade é que as vendas do setor recuem 17% em 2015.
Os produtos afetados pelas mudanças são alguns tipos de perfumes mais concentrados; maquiagens para boca, olhos e rosto; esmaltes; produtos de cuidados da pele; preparações para barbear e fixadores, alisantes e pinturas para cabelo, entre outros. "Sem dúvida vai afetar as vendas", disse o presidente da Abihpec, João Carlos Basilio. Segundo ele, outro efeito da alta dos tributos foi a antecipação de vendas da indústria para o atacado e varejo em maio e junho, o que deve impactar o desempenho nos próximos meses. "Os efeitos no que diz respeito a aumento de preços [para lojistas e consumidores] estão sendo sentidos a partir de julho", completou, salientando que em agosto o impacto será "total".
Vendas do setor
Até abril, quando as medidas ainda não tinham entrado em vigor, as vendas do setor já apresentavam queda de 3% a 5% na comparação com o mesmo período do ano passado, descontada a inflação, disse o presidente da Abihpec, que não informou a receita total. Em 2014, o faturamento do setor foi de R$ 101,7 bilhões, crescimento de quase 11% sobre o ano anterior.
De acordo com a Abihpec, o percentual de aumento de preços pelos fabricantes de cosméticos pode variar entre as empresas, com algumas companhias podendo optar por reduzir margem para não perder fatia de mercado.
DCI
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