Monday, June 06, 2016

Fusão de varejistas reduz impacto da recessão

São Paulo - A possível fusão da Restoque e da Inbrands, anunciada no dia 2 em fato relevante à Comissão de Valores Mobiliários (CVM), vem em um momento em que ambas têm apresentado resultados negativos. Os dois grupos tiveram prejuízo e queda nas vendas no primeiro trimestre e a estratégia seria uma forma de sobreviver.
Para o analista da Guide Investimentos, Rafael Ohmachi, a sinalização é positiva e deve garantir ganhos significativos de sinergia. "Acredito que a empresa que surgisse dessa união estaria muito melhor posicionada para uma retomada da economia. Ela conseguiria 'surfar' melhor nesse cenário", afirma.
No documento, enviado em conjunto pelas duas empresas, a redução de custos é apontada como justificativa da união. "Espera-se que a combinação traga uma série de ganhos de sinergia, tanto na eficiência do supply chain como na gestão das despesas comerciais, gerais e administrativas", informava o comunicado.
Em 2014 as duas empresas estiveram perto de anunciar uma união, mas não conseguiram chegar em um acordo. Na época a Restoque acabou combinando a operação com a Dudalina. "Os indicativos são favoráveis de que a fusão deva ocorrer desta vez", diz Ohmachi. "As duas empresas passam por dificuldades, por uma crise muito mais aguda. Isso traz uma urgência maior."
No primeiro trimestre deste ano a Restoque apresentou um prejuízo líquido de R$ 24,2 milhões, e uma queda na receita líquida de 16%. Na Inbrands, o prejuízo líquido foi ainda maior, de R$ 29 milhões. Já a receita líquida apresentou retração de 5,5%.
Ainda segundo o comunicado, o processo de due diligence, que fará uma varredura das contas e ativos das empresas, será iniciado de imediato. E, caso a negociação de fato se efetive, as empresas consideram a possibilidade de captar recursos através de uma oferta pública de ações.
Percepção do mercado
O analista afirma que o movimento de fusão e aquisição, que vem sendo sentido - também com o recente anúncio do interesse da Kroton em se unir a Estácio - é muito bem visto pelo mercado, já que sinaliza que os empresários vislumbram uma retomada.
"Costumamos dizer que há dois movimentos de fusão e aquisição. Um em que o mercado atinge o fundo do poço, e os empresários começam a enxergar uma retomada, e outro que marca o topo do mercado, e, geralmente, indica uma queda", diz Ohmachi. A conjuntura atual se encaixaria no primeiro movimento e demonstra o interesse das empresas de ficarem mais bem posicionadas para uma possível retomada.
DCI
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