Thursday, August 14, 2014

Presidente da BMW no Brasil projeta cenário de apatia até 2016

CURITIBA - O presidente e CEO do BMW Group Brasil, Arturo Piñero, previu ontem um cenário de apatia para o País até 2016, por causa da desaceleração e da incerteza da economia brasileira. "Temos dois anos e meio pela frente muito difíceis, por causa da desaceleração da economia. Temos de estar preparados para enfrentar esse cenário de incerteza e apatia econômica", disse Piñero, no 24º Congresso da Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores (Fenabrave), em Curitiba (PR).
Piñero acredita que as dificuldades para a economia brasileira independem do cenário eleitoral. Segundo ele, o governo atual tem uma política "heterodoxa, com foco social" e a oposição é "ortodoxa, com foco na competitividade".
Apesar das incertezas, Piñero lembrou que a BMW investe 240 milhões de euros na construção de uma fábrica em Araquari (SC) e estimou queda até no mercado de veículos premium, como os da companhia alemã, e diante disso cobrou do governo um marco regulatório que dê previsibilidade aos investidores. "É preciso um marco para investimentos de longo prazo no País. É preciso ter regra clara", disse.
Ele ainda criticou a falta de acordos comerciais do Brasil "com países significativos", os problemas burocráticos e de infraestrutura, além da questão fiscal. "Um carro novo tem 54% de imposto".
Pontual
Na visão do presidente da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), Luiz Moan, o momento de dificuldades enfrentado pelo setor é pontual e conjuntural. "Sabemos a situação do mercado, mas temos todas as razões para saber que momento é pontual e conjuntural", disse.
Moan afirmou que o Brasil tem um dos menores índices de motorização do mundo - relação entre habitantes e veículos - e que para chegar, por exemplo, ao índice da Argentina, seriam necessários mais 30 milhões de automóveis, o correspondente a cerca de 10 anos do mercado anual brasileiro. "Ninguém investe essa montanha de recursos sem saber que o futuro é promissor", repetiu.
O vice-presidente da Anfavea, Antônio Carlos Botelho Megale, avalia, entretanto, que mercado de consumo interno brasileiro não está acompanhando o crescimento da produção de automóveis no País. Diante desse cenário, ele defendeu como saída para o setor focar nas exportações. Ele afirmou que, para 2017, o plano da entidade é exportar 1 milhão de unidades, 20% acima da capacidade produzida.
Diário Comercio Indústria & Serviços - 14/08/2014
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