Wednesday, August 27, 2014

Mercedes-Benz estima recuo de 12,7% no ano; melhora só em 2016

Após quase esgotar as alternativas para ajustar a produção à demanda, a Mercedes-Benz vê queda de 12,75% nos emplacamentos de caminhões e comerciais leves neste ano sobre 2013, para 130 mil unidades, revela o presidente da companhia no Brasil, Philipp Schiemer.
"O mercado de caminhões é muito relacionado ao PIB [Produto Interno Bruto]. Se não houver melhora [do PIB] o mercado não cresce", disse.
De acordo com Schiemer, entretanto, a montadora alemã acredita que o Brasil tem potencial para 200 mil unidades por ano. "Estamos praticamente numa recessão no Brasil. No entanto, se o próximo governo tirar alguns freios da economia, apesar do impacto negativo em 2015, no médio e longo prazo, haverá mais segurança para o investidor e a confiança vai melhorar em 2016", ponderou.
Além disso, segundo o executivo, a oferta de crédito ainda é muito restrita e burocrática , o que acaba favorecendo apenas grandes empresas . "Poucas pessoas têm acesso a esse tipo de financiamento, pois o programa [do BNDES] é bastante burocrático principalmente para as pequenas e médias empresas", avalia, lembrando que o grande volume de transporte brasileiro é feito por empresários autônomos.
"O País precisa investir em produção. Esse é o próximo ciclo. Não adianta investir em consumo", acredita.
Capacidade instalada
Schiemer afirmou, porém, que a montadora vai manter suas apostas no Brasil. A empresa deve investir R$ 2,5 bilhões entre 2010 e 2015. Em 2010 a empresa investiu em uma unidade fabril em Juiz de Fora (MG), mas neste ano teve que conceder férias coletivas e adotar mecanismos para adequar a produção ao mercado. "Esse aumento de capacidade virou um problema e ficou mais evidente com a segunda planta", contou. A fábrica trabalha atualmente em dois turnos, embora tenha capacidade para três, ou seja, está usando apenas cerca 65% da capacidade.
A Mercedes-Benz produz caminhões em Juiz de Fora e São Bernardo do Campo (SP), onde trabalha em regime de semana curta, conforme a necessidade, ou concede banco de horas aos funcionários. A empresa também deixou aberto um Programa de Demissão Voluntária (PDV), lay-off (suspensão temporária de contratos de trabalho) e negocia acordos sindicais. "Ninguém pensa em fechar Juiz de Fora. Fizemos muitos investimentos lá. Mas estamos trabalhando para encontrar sinergias entre as duas unidades".
O executivo contou que a companhia ganhou uma licitação para fornecer caminhões-pipa (transporte de líquidos) para o governo, o que deu alívio, mas não foi suficiente. "Um grande programa de renovação de frotas deve sair só no próximo governo", concluiu.
Diário Comercio Indústria & Serviços - 26/08/2014
Related products
See this news in: english
Other news
DATAMARK LTDA. © Copyright 1998-2024 ®All rights reserved.Av. Brig. Faria Lima,1993 third floor 01452-001 São Paulo/SP