Wednesday, May 07, 2014

Alta do imposto da cerveja faz Ambev rever investimentos para 2014

SÃO PAULO - O novo aumento de impostos sobre as bebidas frias, o que inclui cerveja, refrigerantes, energéticos, isotônicos e refrescos, alguns dos produtos vendidos pela Ambev, a entrar em vigor no próximo dia 1, fez a fabricante anunciar a revisão de seu plano de investimentos para este ano no País.
Na ocasião da divulgação dos resultados de 2013, em fevereiro, a Ambev anunciou aportes de cerca de R$ 2,8 bilhões no País em 2014, o mesmo valor investido no ano passado, incluindo a inauguração de duas novas fábricas, uma em Uberlândia (MG) e outra em Ponta Grossa (PR). Agora, com o novo aumento, a empresa não menciona a cifra, mas diz que será menor do que o previsto inicialmente.
A tributação de bebidas frias deve aumentar o preço dos produtos de 1,3%, em média - de acordo com a Receita Federal. Caso haja repasse ao consumidor desse avanço, estima-se aumento de 0,02% no IPC-M, índice que compõe o IGP-M.
A companhia afirma, em material enviado à imprensa, que "por um lado é compreensível que o governo busque incrementar a arrecadação federal para atender os objetivos de superávit primário para o ano, por outro a companhia acredita que há outras maneiras de se obter resultados equivalentes sem que a carga tributária vigente seja alterada".
Com a entrada em vigor da nova tributação e os correspondentes ajustes nos preços, a Ambev estima que poderá haver impacto negativo nas vendas, o que, a levou a revisar seus planos de investimentos no País.
Balanço. As operações brasileiras da Ambev registraram avanço de 8,6% no volume de bebidas vendido no primeiro trimestre de 2014, passando para 29,360 milhões de hectolitros ante volume de 27,038 milhões em igual período do ano passado. O crescimento foi puxado, principalmente, pelo desempenho das vendas de cervejas. De janeiro a março deste ano, o volume de cerveja comercializado no Brasil teve alta de 10,9%, somando 21,984 milhões de hectolitros, ante 19,817 milhões de hectolitros reportados no primeiro trimestre de 2013.
Com o crescimento das vendas, a receita líquida consolidada oriunda do Brasil expandiu 19,1% no período, somando R$ 5,888 bilhões contra R$ 4,945 bilhões em 2013. O aumento verificado na receita líquida por hectolitro (ROL/hl) foi de 9,7%, para R$ 200,80 ante R$ 182,90 na mesma base de comparação.
Já Custo do Produto Vendido (CPV) teve alta de 13,6%, totalizando R$ 1,881 bilhão no primeiro trimestre, enquanto o CPV por hectolitro (CPV/hl) subiu 4,6% de janeiro a março, para R$ 64,10. As despesas gerais e administrativas consolidadas das operações na Brasil aumentaram em 18%, para R$ 1,735 bilhão, devido, principalmente, aos custos com marketing para a Copa do Mundo.
Cerveja. Em relatório de resultado divulgado nesta quarta-feira, 7, a administração da Ambev destaca que o segmento de cerveja no período foi beneficiado, entre outros fatores, pelas altas temperaturas do verão, pelo carnaval tardio em março e pela queda da inflação dos alimentos, combinados a uma base de comparação mais baixa em 2013. "Além desses fatores conjunturais, a sólida execução comercial e o sucesso da campanha ''Verão Sem Aumento'' foram fundamentais para o incremento no volume de vendas", destacou a companhia.
Segundo a Ambev, a participação no mercado nacional de cervejas se manteve estável ao final do primeiro trimestre, em 67,5%, na comparação com o período imediatamente anterior. Ante o primeiro trimestre de 2013, no entanto, houve queda de 0,6 ponto porcentual.
Isoladamente, as receitas provenientes das vendas de cerveja no País avançaram 21,1%, alcançando R$ 4,993 bilhões no primeiro trimestre de 2014 ante o ganho de R$ 4,123 bilhões em igual período de 2013. No indicador de receita líquida por hectolitro (ROL/hl) a alta foi de 9,2% para R$ 227,1 na comparação com os R$ 208,1 do primeiro trimestre de 2013. Apesar da manutenção da fatia de mercado e da campanha "Verão sem Aumento", "o sólido desempenho da ROL por hectolitro foi beneficiada por nossa estratégia de gestão da receita, pelo aumento do peso da distribuição direta, bem como pelo maior peso do volume de premium", afirmou a Ambev.
Já o CPV aumentou 15,8% no trimestre, para R$ 1,457 bilhão, enquanto o CPV por hectolitro cresceu 4,4%, para R$ 66,3, impactado principalmente por operações de hedge (proteção) de moeda mais altos, parcialmente compensados por hedges de commodity mais baixos e maior diluição dos custos fixos e depreciação.
Quanto às embalagens, as econômicas retornáveis de 1L e 300ml "continuam crescendo acima da média da indústria, bem como as marcas premium, tais como Budweiser, Bohemia, Stella Artois e Original", informa a empresa. Com relação às inovações, as vendas de Brahma 0,0% e de Skol Beats Extreme mereceram destaque pela companhia e a Brahma 0,0%, lançada em meados de 2013, já é a líder do mercado de cervejas sem álcool.
Refrigerantes e bebidas não alcoólicas. O segmento de refrigerantes e bebidas não alcoólicas também apresentou crescimento no período, de 2,1%, passando de 7,221 milhões de hectolitros nos três primeiros meses de 2013 para 7,375 milhões de hectolitros no primeiro trimestre de 2014. De acordo com a companhia, os ganhos de participação no mercado de refrigerantes impulsionariam o resultado. Ao final do período de janeiro e março, a Ambev detinha 18,5% de participação nesse mercado, crescimento de 0,2 ponto porcentual. em relação ao primeiro trimestre de 2013.
A Ambev também citou como destaques nessa categoria o Guaraná Antarctica, com uma "bem executada estratégia de marketing e promoções ao consumidor"; a Pepsi, graças ao lançamento da embalagem de 1 litro retornável; e a chegada ao mercado do H2Oh! Limoneto.
A receita líquida obtida com as vendas do segmento somou R$ 895,3 milhões, ante R$ 822,7 milhões, o que representa uma expansão de 8,8% entre o primeiro trimestre de 2014 e o de 2013. A ROL/hl teve alta de 6,5% na mesma base de comparação, passando de R$ 113,9 para R$ 121,4.
O CPV subiu 6,6% (R$ 423,3 milhões), enquanto o CPV/HL subiu 4,3% (R$ 57,5), também impactado por hedge de moeda, parcialmente compensado por operações de proteção de commodity.
O Estado de São Paulo - 07/05/2014
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