Wednesday, October 01, 2014

Vendas têm leve reação no mês, mas caem 9% no ano

O governo lançou medidas para destravar o crédito, as montadoras seguem agressivas em campanhas promocionais e novos modelos entraram no mercado para seduzir o consumidor de volta às concessionárias. Porém, mais uma vez, setembro foi um mês fraco nas vendas de veículos.
Números preliminares, coletados até segunda-feira, mostram queda de 4,5% dos emplacamentos de automóveis de passeio, utilitários leves, caminhões e ônibus na comparação com o mesmo mês do ano passado. Em relação a agosto, as vendas ficaram um pouco melhores, com alta de 2,4% - percentual que subirá mais com a inclusão dos licenciamentos de ontem.
Apesar disso, com vendas diárias novamente abaixo de 13 mil carros - ao se tirar da conta números, também ruins, dos mercados de caminhões e ônibus -, setembro manteve a acanhada toada dos três meses anteriores, tão fraco quanto junho e julho, ambos comprometidos pela realização da Copa do Mundo.
As montadoras, por outro lado, podem comemorar que, ao menos, conseguiram estancar o aprofundamento da crise. A queda dos volumes no acumulado do ano vinha subindo mês a mês até chegar a 9,7% em agosto, mas agora já volta a ficar mais próxima de 9%.
Dois fatores contribuíram para isso, a começar pelo calendário comercial favorável de setembro, com um dia útil a mais de venda tanto na comparação anual como em relação a agosto.
Ao mesmo tempo, a indústria, no comparativo com igual período de 2013, teve em setembro uma base de comparação mais fraca do que nos cinco meses anteriores. A série histórica mostra que, após superar 342 mil unidades em julho, as vendas de veículos caíram para 329,1 mil em agosto e 309,9 mil unidades em setembro de 2013.
Os números consolidados do mês passado, incluindo o desempenho das marcas, serão divulgados hoje pela Fenabrave, que abriga as concessionárias de carros. Na segunda-feira, será a vez de a Anfavea, a associação das montadoras, divulgar seu balanço de vendas, produção e exportações.
A entidade dos fabricantes esperava no mês passado os primeiros impactos das medidas do governo anunciadas no fim de julho para melhorar a oferta de crédito a veículos, com a liberação de depósitos compulsórios e a flexibilização na exigência de capital dos bancos em operações de financiamento no varejo.
O setor apostava ainda no impacto dos lançamentos - como a nova geração do Ka, da Ford -, que costumam atrair consumidores às lojas. Descontos de até 10%, somados a campanhas promocionais com taxa zero nos financiamentos, também estão sendo oferecidos em concessionárias para convencer o consumidor a trocar de carro.
Mas as montadoras continuam adotando medidas para ajustar a produção. A Ford, por exemplo, voltará a interromper neste mês as atividades na fábrica de São Bernardo do Campo, no ABC paulista. A paralisação, tanto da fábrica de carros, onde é produzida a nova geração do Fiesta, como na linha de caminhões, começa na sexta-feira, estendendo-se por toda a semana que vem. Já na segunda quinzena do mês, outras duas paradas estão previstas: nos dias 20 e 27 de outubro. A montadora diz que o objetivo é adequar a produção à fraca demanda. A Ford parou a produção no ABC na primeira semana de setembro. Férias coletivas também estão previstas em fábricas da Volks e da Renault no Paraná, assim como na unidade da Mitsubishi em Catalão, em Goiás.
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