Tuesday, July 16, 2013

Venda de games ganha fôlego e vê expansão

O mercado de jogos eletrônicos no Brasil, que tem se destacado perante outros países mais tradicionais neste setor, se prepara para um crescimento acima da média observada nos últimos anos. Com o lançamento iminente da chamada nova geração de consoles - Playstation 4, da Sony; Xbox One, da Microsoft; e Wii U, da Nintendo - players como a UZ Games se preparam para aumentar seu faturamento em até 50%.
Os números do mercado brasileiro são expressivos: de acordo com levantamento feito pela consultoria Gfk, a venda de games e consoles no Brasil tem superado a de outros países, sobretudo os da Europa, ainda que nominalmente a distância seja muito grande. Estima-se que em 2012, por exemplo, a venda de consoles (hardware) tenha crescido 43% por aqui na comparação com o ano anterior, gerando um faturamento de quase R$ 1 bilhão. Na comercialização de jogos (software), a variação é ainda maior, tendo um aumento de 72% em relação a 2011, com um faturamento de R$ 629 milhões.
Nos outros países, as vendas se comportam de maneira oposta. No mercado de software, por exemplo, o Reino Unido faturou 1,15 bilhão de euros, quase 900 milhões de euros a mais do que o Brasil, mas teve uma queda de 27% nas vendas. Já na França, o decréscimo foi de 14%, levando a um faturamento de 978 milhões de euros.
Para Marcelo Tavares, presidente da Brasil Game Show (BGS), considerada a maior feira do setor na América Latina, o mercado de games atravessa um momento inédito. "Estamos vivendo o melhor momento da história em relação ao mercado de games no Brasil, tendo crescido muito nos últimos cinco anos."
O presidente da BGS acredita que o bom desenvolvimento da venda de jogos eletrônicos deve aumentar nos próximos anos. "Menos do que as taxas atuais nós não vamos crescer, acredito que o mercado possa até superar o crescimento que aconteceu de 2012 para 2011. Com queda de preços, empresas produzindo no Brasil e maiores investimentos por aqui, o consumo aumenta. Além disso, a demanda ainda é de certa forma reprimida, e está aumentando cada vez mais", diz Tavares, que acrescenta: "O Brasil cresce mais do que o resto da América Latina. Estamos nos posicionando como o maior País nesse mercado, o consumidor principal, ocupando um posto que era do México."
Na onda dos lançamentos
Se o mercado já é considerado aquecido, a tendência é que a expansão seja ainda mais expressiva nos próximos semestres. Segundo Marcos Khalil, diretor executivo e fundador da UZ Games, empresa que já atua há 29 anos e é um dos maiores varejistas do setor, as vendas aumentam vertiginosamente quando novos consoles são lançados. "Nos games, existe a mudança de plataforma para a nova geração, agora chegando o Xbox One, o Playstation 4 e o Wii U. Há um grande crescimento de faturamento nas empresas neste momento, aumentando de 30% a 38%. Muitos querem o novo console, trocar o antigo pelo novo."
Khalil relata ao DCI que as expectativas podem inclusive ser superadas. "Com a nossa entrada em estados que ainda não tínhamos presença, como Goiás e Maranhão, acredito que essa porcentagem possa ser até maior, acima de 50% em alguns pontos." Atualmente, a UZ Games conta com 55 lojas, e planeja chegar a até 80 pontos de venda no fim de 2013.
Mesmo em meio a tantos lançamentos que ocorrerão no Brasil futuramente, o mercado brasileiro apresenta uma peculiaridade. "Somos um dos únicos países que vende bem os modelos anteriores, mesmo com lançamentos da nova geração. Nos Estados Unidos, por exemplo, o Playstation 3 vira refugo com a chegada do Playstation 4. E aqui ainda venderemos o Playstation 2, porque o mercado é diferente do americano", conclui Khalil.
Interesse estrangeiro
O presidente da Brasil Game Show, Marcelo Tavares, destaca ainda que as empresas têm dado maior atenção ao Brasil. "Tivemos a instalação da fábrica da Microsoft em 2011 e da Sony este ano, praticamente as únicas fora das unidades principais destas empresas." Ele afirma que, além do Brasil, a Sony possui fábricas no Japão e na China, e a Microsoft conta apenas com a unidade chinesa.
De acordo com o diretor de expansão de mercados da Neoplay, distribuidora de jogos do Grupo Positivo, Glauco Bueno, o Brasil se tornou um mercado de peso no setor. "Todas as publishers [produtoras de jogos] tem um olhar muito fixo aqui. Hoje já instalam aqui seus pequenos escritórios para acompanhar o trabalho junto ao distribuidor."
Bueno aponta que o destaque do mercado brasileiro traz benefícios, como política de preços mais adequada e campanhas de marketing cada vez maiores.
"Até 2011, o Brasil era uma oportunidade de vender algo. Hoje, já entra na estratégia de desenvolvimento de todos os players estrangeiros."
Diário do Comércio – 15/07/2013
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