quinta-feira, 19 de abril, 2018

Wickbold faz ajustes e prevê receita 10% maior

Depois de fazer ajustes para integrar as operações de suas marcas, a Wickbold prevê para este ano uma receita pouca acima de R$ 1 bilhão, o que representa um crescimento em torno de 10% em 12 meses. A companhia passou por um processo de profissionalização de gestão entre 2013 e 2014. No ano seguinte, adquiriu a concorrente Seven Boys e, em 2016, voltou à gestão familiar. "A família voltou para a gestão no fim de 2016, porque considerou fundamental atuar de forma mais direta, no momento em que a Wickbold fazia a integração das operações e de sua cultura com a Seven Boys", afirmou Pedro Wickbold, gerente de marketing e de novos negócios da companhia e neto do fundador Henrique Wickbold. Ronaldo Wickbold, filho do fundador, passou naquele ano a atuar como diretor de operações e sua sobrinha Telma Wickbold, como diretora comercial e administrativa. O próprio Pedro chegou a comandar a importadora e distribuidora da marca italiana de relógios WeWood entre 2011 e 2015, mas vendeu o negócio e voltou para a Wickbold em 2016. Em 2013, a Wickbold decidiu aumentar o nível de profissionalização do negócio. Para a presidência, contratou Fabio Medeiros, ex-vice-presidente de lácteos da BRF, e substituiu os diretores, que eram membros da família, por executivos de mercado. Os herdeiros do fundador ficaram no conselho de administração. A mudança foi concluída no começo de 2015. Em agosto do mesmo ano, a Wickbold comprou a Seven Boys. Com isso, ultrapassou a Panco e tornou-se a segunda colocada no mercado de pães industrializados, atrás apenas do grupo mexicano Bimbo (dono de marcas como Pullman e Nutrella), segundo a Euromonitor International. Sua participação de mercado, à época, subiu de 13,5% para 28,7% com a aquisição. A estrutura da companhia aumentou de quatro para seis fábricas, localizadas em Diadema (SP), Hortolândia (SP), São Paulo, Jacarepaguá (RJ), Porto Alegre e Contagem (MG). O número de centros de distribuição dobrou para 18. O faturamento estimado em 2015 era de R$ 750 milhões. O número de funcionários passou de 3 mil para 4,3 mil. "A fase de integração e ajustes das companhias coincidiu com a recessão econômica, o que fez a companhia crescer pouco em 2016. Somente no ano passado a companhia começou a reverter os resultados", disse Pedro Wickbold, atualmente o principal interlocutor da família na empresa. As mudanças foram significativas. Em 2017, a companhia fechou as fábricas de Porto Alegre e São Paulo. Reduziu pela metade o número de centros de distribuição e baixou o número de funcionários, voltando ao quadro anterior de 3 mil. Na parte de gestão, Ronaldo retomou o comando, no lugar de Medeiros, que deixou a empresa. A Wickbold também mudou a distribuição de produtos, que era feita por marca, e passou a ser feita em conjunto pela equipe comercial. "Em 2017, a companhia passou a ter mais clareza para atuar com as duas marcas. Afinal, essa foi a maior estratégia da aquisição. A marca Seven Boys complementa a Wickbold", disse Pedro Wickbold. De acordo com o executivo, a empresa passou a usar a marca Wickbold para pães especiais, posicionando a marca como de nutrição e cuidados com a saúde. Já a Seven Boys passou a concentrar os pães de forma brancos, pães de lanche e outras linhas como bolo, bolinhos e biscoitos. "A união das marcas hoje nos coloca como uma empresa de alimentos, e não só de pães", disse Pedro Wickbold. A redução da estrutura e melhorias na distribuição permitiram à empresa reverter perdas em 2017. A receita cresceu 12,5% no ano, enquanto o mercado de pães industrializados permaneceu estável. "Para este ano, o crescimento será menor. Não há uma expectativa de que a recuperação do consumo será rápida. Mas acredito que o ano vai ser melhor do que 2017", disse Pedro Wickbold. No início do ano, a Wickbold colocou no mercado a linha Do Forno com a marca Wickbold, com uma versão original (pão branco), e uma versão integral. A marca Seven Boys, por sua vez, lançou no início do ano o pão de leite Milk Pan e um bolinho em porção individual nos sabores laranja e chocolate. De acordo com o executivo, 30% do crescimento de vendas da Wickbold por ano vem de inovações. Pedro Wickbold disse que a companhia inaugura este ano uma linha de produção na fábrica de Diadema, que vai ampliar a capacidade produtiva da unidade em 7%. O valor do investimento é mantido em sigilo. "No longo prazo vai ser necessário investir. Mas, neste momento, estamos revisando o plano estratégico para entender qual vai ser a necessidade de investimentos nos próximos anos", disse Pedro Wickbold. Fundada em 1938 por Henrique e sua esposa Gertrudes, a Wickbold começou com a compra da Padaria Allemanha, localizada no bairro Brooklin, na zona sul da capital paulista. O casal assava os pães no forno à lenha e os levava em carroças para vender na cidade. Em 2017, de acordo com dados da Euromonitor International, a companhia se mantém como segunda colocada no mercado de pães industrializados, com 15,2% de participação, atrás do grupo Bimbo, com 33,3% de participação.
Supermercado Moderno - 18/04/2018
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