sexta-feira, 01 de julho, 2016

Redes norte-americanas apostam em oportunidade de expansão no Brasil

São Paulo - Mesmo com a retração na alimentação fora do lar no Brasil, redes norte-americanas de fast-food enxergam no cenário atual uma boa oportunidade de investimento. A maior facilidade de entrada no mercado, já que os preços para a locação de bons pontos de venda estão menores com a crise, é um dos aspectos que favorece o movimento.
"Temos a oportunidade de encontrar locais, que antes custariam um absurdo, por um preço menor", afirma o máster franqueado da Taco Bell no Brasil, Michel Chaim. A companhia, que trabalha com a culinária tex-mex - uma mistura da comida mexicana com a norte-americana - é uma das empresas que anunciou recentemente a abertura de unidades no País. A outra é a rede de fast-food de hambúrgueres Wendy's.
No caso da Taco Bell, as duas primeiras operações serão abertas no mês de setembro deste ano na capital paulista. Uma no bairro do Itaim Bibi e outra na Avenida Paulista. De acordo com Chaim, o plano da empresa é, até 2020, ter cerca de 25 lojas próprias e 75 franquias. No exterior a rede possui mais de 7 mil unidades, sendo 6,5 mil nos Estados Unidos.
O investimento para trazer o restaurante ao País veio da Sforza, private equity do empresário Carlos Wizard Martins, que investiu cerca de R$ 100 milhões no negócio. O executivo é conhecido por fundar a rede de ensino de idiomas Wizard, que leva seu nome, e pela expansão da rede de franquia Mundo Verde.
Ainda segundo o máster franqueado da empresa, outro aspecto que deve favorecer a entrada no mercado brasileiro é a lacuna existente de restaurantes com o perfil do Taco Bell. "No Brasil não há nenhuma rede de fast-food que venda o tipo de comida que oferecemos. Eu acho que vamos ter um amadurecimento muito rápido quando a economia estabilizar", afirma, completando que o objetivo da companhia é democratizar a comida mexicana no País.
Sobre os planos de expansão, o empresário diz que a ideia é focar 100% no Estado de São Paulo, e só depois de consolidados na região expandir para outros Estados. "Queremos abrir lojas de rua, mas também em shoppings, e buscamos atingir um público na facha de 16 a 26 anos", diz.
O CEO da Infinity, Marcel Gholmieh - empresa responsável por trazer a Wendy's ao Brasil em uma joint venture com a Starboard e a corporação norte-americana - afirma que o momento de crise não deve interferir na entrada da operação, já que há um enorme potencial de mercado no Brasil.
"Há um gap muito grande e por isso acreditamos no crescimento do mercado interno. Tendo um preço acessível e um produto de qualidade, acreditamos que essa é uma hora excelente para entrar", afirma.
A companhia anunciou na quarta-feira (29), que inaugurará em meados de julho duas lojas na cidade de São Paulo, localizadas na Avenida Juscelino Kubitschek e na Rua Funchal. De acordo com Gholmieh, ambas terão uma estrutura diferente das lojas tradicionais - com um ambiente mais confortável, maior e com tecnologias que auxiliem no pedido. Será utilizada, por exemplo, um sistema chamado table locator, em que o cliente escolhe o item desejado em quiosques de autoatendimento. "Ao fazer o pedido ele ganha um aparelho com as informações do produto. Quando o consumidor coloca esse aparelho na mesa a ordem é enviada à cozinha", explica.
Apesar do formato diferenciado, que ele chamou de fast-food plus, os preços dos pratos da rede devem ser nivelados com os valores cobrados pela concorrência no Brasil.
Adaptação do cardápio
Além da mudança na estrutura das lojas, outra diferença fundamental em relação à operação americana é relacionada ao cardápio, que foi adaptado ao gosto do consumidor brasileiro. "Colocamos o toque brasileiro nos pratos da rede. Incluímos, por exemplo, o pão francês, que é uma coisa que lá fora não temos", afirma o executivo, explicando que será oferecido ao cliente a opção de escolher entre três tipos de pão: o francês, o francês integral e o pão de hambúrguer.
Outra mudança para o mercado brasileiro é que a sobremesa Frost, uma das mais tradicionais da rede, virá também no sabor doce de leite. Além disso, os molhos apimentados foram adaptados. Ou, nas palavras de Gholmieh, 'tropicalizados'. Para chegar a essas alterações o empresário afirma que foram feitas pesquisas de mercado para entender as preferências do consumidor.
A Taco Bell também realizou pesquisas com o público nacional. O objetivo da ação também era analisar a necessidade de alterar o cardápio para o gosto brasileiro. No entanto, segundo Chaim, os resultados mostraram que isso não era preciso. "As únicas mudanças que fizemos foi acrescentar a batata frita, que não tem nos Estados Unidos, e criar uma sobremesa exclusiva para o Brasil", afirma o executivo.
Em relação a concorrência com as redes de fast-food já consolidadas no País, como o McDonald's e o Burguer King, Chaim foi categórico: "Não temos a pretensão de estar, tão cedo, concorrendo diretamente com eles. Mas queremos ser uma outra opção para o consumidor brasileiro".
DCI
Produtos relacionados
Ver esta noticia em: english espanhol
Outras noticias
DATAMARK LTDA. © Copyright 1998-2024 ®All rights reserved.Av. Brig. Faria Lima,1993 3º andar 01452-001 São Paulo/SP