Brinquedos inteligentes são filão de negócios no mercado pet

SÃO PAULO - Especializada em brinquedos diferenciados para pets, a gaúcha PetJog criou uma bolinha praticamente indestrutível para cães. Feito com material resistente, o produto aguenta as mordidas e ainda solta petiscos à medida que o animal brinca, estimulando sua ação. Assim como outras novatas brasileiras, a empresa investiu em pesquisa e desenvolvimento e oferece alternativas a produtos importados.
Entre recursos próprios e aportes externos, o total investido na PetJog até o momento é de R$ 1 milhão. O produto, que começou a ser desenvolvido no início de 2014, chegou ao mercado em abril de 2016 e hoje tem revendedores em nove Estados. Batizada de PetJog S, a bolinha é vendida também no site da empresa e em petshops.
Segundo Artur Frischenbruder, um dos sócios, a parte interna do produto é feita com um plástico ultrarresistente, o mesmo utilizado na blindagem de carros. "Dessa maneira, a bolinha pode suportar uma pressão de até 1,3 tonelada", afirma. A parte externa é de borracha, para não machucar o animal. Essa camada atóxica conta com ranhuras que servem para soltar os petiscos enquanto o cão se diverte com a bola. "É um brinquedo que estimula a inteligência do pet, porque ele tem que entender que, balançando a bolinha, a comida vai sair", explica.
Segundo o empreendedor, a única parte que pode se deterior com o tempo é a camada externa. A parte de dentro, que pode ser abastecida com o alimento que o cliente desejar, é feita para aguentar quedas e mordidas. "É mais uma questão de estética, mas o brinquedo continua funcionando normalmente", diz.
A PetJog S é comercializada em dois modelos. A diferença está no tamanho das ranhuras (pequena, com 12mm de diâmetro; ou grande, com 15mm). As duas versões têm essência de morango, para que o pet as encontre com mais facilidade.
A proposta de um brinquedo resistente, que proporcione diversão e alivie o estresse do cão, é semelhante à de itens de outros fabricantes nacionais, como a PetBall, da PetGames, e a Buddy Bolt, da Buddy Toys, ambas de São Paulo. Esse tipo de produto é mais comum no exterior, mas chega ao Brasil com preços caros em razão dos impostos e taxas de importação. O sócio da PetJog diz que alguns concorrentes trabalham com produtos de valor agregado menor.
Assinatura de produtos pet
Além do brinquedo, a PetJog oferece aos seus clientes uma assinatura mensal chamada Pet Boss Club. Neste serviço, a empresa envia para a casa da pessoa uma caixa com diferentes produtos para o animal uma vez por mês. As opções variam entre R$ 54 e R$ 174 mensais.
"O box é personalizado de acordo com cada cão a partir do que o cliente nos passa. Dentro dele enviamos produtos de higiene, anti-pulgas, vermífugos e dicas de adestramento. Além disso, todo mês temos um enigma diferente, que a pessoa descobre quando recebe a caixa", conta.
Com a assinatura, o cliente ganha um cupom de desconto para gastar nos produtos vendidos pela empresa, que, além da PetJog S, comercializa outros acessórios para pets, como camas e roupas. Sem revelar o faturamento, o sócio afirma apenas que a receita vem crescendo, em média, 42% ao mês.
Mais interação
A empresa trabalha em outro projeto para aumentar a interação entre pets e brinquedos. A nova bola, que será chamada de PetJog Full, emitirá sons e luzes que podem ser programados pelo smartphone.
Por meio de um aplicativo, o usuário pode baixar o perfil do seu cachorro, com a respectiva lógica de comportamento, e inserir no brinquedo. "Basta parear o celular junto ao brinquedo com as informações do aplicativo, que podem ser alteradas a qualquer momento", diz o empreendedor.
Para o desenvolvimento do projeto, que ainda deve levar um ano e meio para ficar pronto, a PetJog está arrecadando recursos e já conta com um aporte de R$ 400 mil obtidos no programa Sesi/Senai Inovação 2016.1.