sexta-feira, 21 de agosto, 2015

Asus entra no mercado de celular mais sofisticado

Em um momento de queda no mercado de smartphones e de incertezas na economia, a taiwanesa Asus adotou uma estratégia ousada no Brasil: renovar sua linha de smartphones com aparelhos que custam entre R$ 1,3 mil e R$ 2 mil. Os telefones de mais de R$ 1 mil representam cerca de 30% das vendas e representam um terreno complicado já que é onde Samsung e Apple têm mais força. "Não é só uma questão de preço, mas de mostrar o valor ao consumidor", disse Eric Chen, vice-presidente corporativo da Asus.
O mercado brasileiro representou cerca de 10% das vendas globais da primeira linha de smartphones da Asus, o Zenfone, lançada no começo do ano passado. Grande parte do sucesso está atrelado ao preço do aparelho: a partir de R$ 499. Isso fez com que a companhia fosse enquadrada na crescente categoria de aparelhos de preço baixo com características avançadas, que tem como principal representante a chinesa Xiaomi. Mas, segundo Chen, o objetivo da Asus não é ser vista desta forma. "Queremos tornar o luxo acessível a todos", disse o executivo. A categoria abaixo de R$ 1 mil não ficou esquecida. A companhia também lançou um aparelho de R$ 900.
Até o fim do ano, a Asus pretende vender entre 17 milhões e 25 milhões de smartphones em todo o mundo. O volume ainda é baixo para colocar a fabricante na lista dos cinco maiores marcas, mas representa um crescimento significativo para uma empresa que tem suas raízes no mundo dos PCs e até hoje tem quase 80% de suas vendas atreladas a esses equipamentos. Segundo Chen, o objetivo é mudar essa proporção até 2017. Até lá, os computadores podem representar menos da metade dos negócios. "Vamos continuar a investir nos PCs. Mas o crescimento virá de novas áreas", disse.
A estratégia da Asus é avançar em três segmentos: mobilidade, internet das coisas (conexão de diferentes tipos de dispositivos à internet) e robótica. O executivo não deu muitos detalhes sobre essa última área, mas disse que a expectativa é lançar o primeiro robô no começo do ano que vem. No segundo trimestre, a Asus teve receita de US$ 3,9 bilhões, alta de 22% em relação ao mesmo período de 2014.
Além dos novos smartphones, a Asus também lançou uma série de acessórios no Brasil. Os mais interessantes são dois flashes externos que podem ser usados para melhorar as fotos feitas com um telefone. O ZenFlash, com lâmpada xênon, custa R$ 100, e só é compatível com os telefones da companhia. Já o LolliFlash, com lâmpadas LED, pode ser usado em qualquer aparelho e custa R$ 49.
O mercado brasileiro de smartphones pode fechar o ano com retração de 1%, com 54 milhões de unidades vendidas, segundo a empresa de pesquisas IDC. Será a primeira queda desde que o mercado começou a se desenvolver no país, há cerca de sete anos. O encolhimento é resultado da crise econômica, mas também segue uma tendência mundial de desaceleração no segmento. De acordo com a empresa de pesquisas Gartner, as vendas no segundo trimestre avançaram 13,5% em relação a um ano antes, menos que os mais de 20% na comparação entre 2014 e 2013. O recuo na taxa foi causado por uma retração de 4% nas vendas na China, maior mercado global de smartphones, responsável por 30% dos 330 milhões de aparelhos vendidos entre abril e junho.
Valor Economico
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