terça-feira, 28 de julho, 2015

Câmbio leva Hypermarcas a ajustar preços

A Hypermarcas está em um novo processo de ajuste de preços, em razão do câmbio. O objetivo é repassar os aumentos de custos considerando o dólar a R$ 3,10. Uma nova tabela começa a ser praticada neste mês em algumas categorias da divisão de consumo, disse o presidente Claudio Bergamo.
Em fevereiro, a premissa de câmbio era de R$ 2,60 por dólar, mas a alta da moeda americana ante o real foi mais forte que o esperado. O dólar avança 25% ante o real em 2015 e 50% em 12 meses.
O aumento de preços de 6% a 8% na divisão de consumo no segundo trimestre foi "totalmente implementado", disse Bergamo. E, se o dólar firmar-se em R$ 3,40, serão analisadas novas elevações.
A Hypermarcas planeja diminuir o peso da estratégia de ganho de participação de mercado a partir de produtos de alto volume e menor margem na divisão de higiene pessoal e beleza (consumo), para melhorar a rentabilidade e o fluxo de caixa no segundo semestre, disse o presidente.
O fluxo de caixa livre de quase R$ 160 milhões de abril a junho de 2014 ficou negativo em R$ 7 milhões em igual período deste ano. Houve menor geração de caixa operacional, sobretudo pela maior formação de estoques, devido ao crescimento do volume de vendas nos últimos trimestres.
O índice de alavancagem aumentou de 2,65 vezes o lucro antes de juros, impostos, amortização e depreciação (Ebitda, na sigla em inglês) ajustado acumulado nos últimos 12 meses ao fim de 2014 para 2,8 vezes ao final de junho de 2015.
A Hypermarcas planeja buscar em produtos de menor margem oportunidades para reajustes de preço que melhorem os lucros. A divisão de consumo recebe de forma mais intensa o efeito do câmbio e será o foco de avaliação.
A receita líquida da Hypermarcas cresceu 10,8% de abril a junho deste ano, em relação a igual período de 2014, para R$ 1,26 bilhão. O Ebitda somou R$ 261,2 milhões, queda de 3,7%. O lucro líquido caiu 9,3%, para R$ 110,9 milhões, com efeito negativo de R$ 23,6 milhões do câmbio.
A receita líquida avançou 15% na divisão de consumo e 7,7% na unidade farma, que comercializa medicamentos. O desempenho em farma, dona de marcas como Benegrip, Doril e Lisador, ficou abaixo do esperado por analistas por problemas pontuais em produção, importação de matérias-primas e certo desequilíbrio entre oferta e demanda do varejo, informou a empresa. A carteira de R$ 27 milhões em pedidos não atendidos representaria crescimento adicional de 4,2% no trimestre e um avanço total de 11,9% nas receitas do negócio, segundo o presidente. A demanda do consumidor na divisão farma subiu 15%.
Ainda como parte de um cenário mais difícil, a Hypermarcas cogita desacelerar o ritmo de lançamentos em consumo neste ano, para esperar a maturação de investimentos. Praticamente todo o portfólio foi renovado nos últimos dois anos e diminuir um pouco o ritmo será saudável, principalmente ao conter o consumo de caixa, disse Bergamo.
Em farma, a situação é inversa - o objetivo é manter ou acelerar os lançamentos. Devido a restrições regulatórias, cada novo produto traz um rápido ganho de faturamento sem a necessidade de uso tão grande de recursos, pois há demanda reprimida, disse Bergamo.
Valor Econômico - 28/07/2015
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