quinta-feira, 16 de abril, 2015

Chery espera elevar vendas com início de produção local

Apesar da perspectiva de forte retração no mercado automotivo, a Chery prevê crescimento no Brasil devido ao início da produção local. A projeção da marca chinesa é fechar 2015 com 25 mil unidades vendidas, ante 9 mil comercializadas em 2014.
"A queda do mercado abre espaço para as novas entrantes", afirmou nesta terça-feira (14) o diretor de vendas da Chery no Brasil, Filipe Pereira. Segundo o executivo, no ano passado a marca registrou um crescimento de 18% mesmo diante do recuo de quase 7% do setor automotivo como um todo.
O vice-presidente da Chery no País, Luís Curi, contou que a expectativa da montadora era de um volume maior de vendas para este ano, em torno de 30 mil unidades.
"A economia anda muito mal e o crédito continua bastante seletivo", avaliou.
A Chery está em processo de ramp up (evolução) em sua fábrica de Jacareí, na região do Vale do Paraíba, em São Paulo, que terá capacidade de 150 mil unidades anuais. A primeira fábrica de carros chineses no Brasil foi oficialmente inaugurada em agosto do ano passado, mas começou a operar no último dia 6 de abril, produzindo o compacto Celer. O modelo foi lançado nacionalmente ontem e deve representar em torno de 40% das vendas da marca no País.
"O Celer é um carro mais preparado para o solo brasileiro", garante Curi. A montadora continua em sua jornada para vencer a resistência do brasileiro ao carro chinês. De acordo com o diretor de qualidade da marca, Luciano Resner, o número de fornecedores locais vem crescendo.
"Estamos com um forte trabalho de nacionalização e já estabelecemos parcerias com fornecedores locais renomados", comentou. Segundo ele, nomes como Pirelli, Bosch, Delphi, Maxion, entre outros, já fornecem para os carros produzidos em Jacareí.
Curi acrescenta que a partir do segundo semestre, a Chery deve começar a produzir localmente o novo QQ, subcompacto que pode representar até metade das vendas totais da montadora no Brasil.
Preço
O novo compacto fabricado pela empresa chinesa no Brasil já está à venda na rede de concessionárias da marca. O modelo é apresentado com preço sugerido de R$ 38.990,00 (na versão hatch) e R$ 39.990,00 (sedã). A meta da montadora é brigar pelo maior mercado no País, o de compactos, que representa cerca de 70% das vendas totais.
"O Celer é um grande exemplo de como a Chery se adaptou ao mercado brasileiro", afirma o presidente da montadora no País, Roger Peng.
A Chery iniciou operações no Brasil em 2009 como importadora, quando anunciou que investiria cerca de R$ 1,2 bilhão para produzir no País.
Impasse
Há quase dez dias, os funcionários da Chery em Jacareí estão em greve. Segundo o sindicato dos metalúrgicos de São José dos Campos (SP) e região, a montadora não cumpre com a convenção coletiva da categoria e em reunião realizada ontem, a proposta da montadora foi rejeitada.
O presidente do sindicato, Antonio Ferreira de Barros, afirma que os funcionários continuarão em greve até a "melhoria das condições de trabalho e dos salários". Segundo ele, na planta são produzidos cerca de 400 veículos por dia, atualmente.
Curi justifica que a montadora vem tentando negociar com o sindicato e que a homologação da fábrica só saiu em janeiro deste ano. "Por isso, não tínhamos como negociar antes", afirma.
Após o lançamento do Celer, Curi seguiu ainda ontem para um encontro em Jacareí para trabalhar na criação de um polo automotivo na cidade. O executivo evitou fornecer mais detalhes sobre o assunto, mas garante que será um "grande passo" para a montadora.
DCI
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