quarta-feira, 11 de março, 2015

Cápsula de café atrai fornecedores de menor porte

O mercado brasileiro de cápsulas de café desperta o interesse também de empresas de médios e pequenos portes. Dominado ainda por grandes companhias, como a Nestlé, dona da marca Nespresso, o número de empresas menores que investem nesses produtos cresce significativamente. A portuguesa Kaffa, que fabrica cápsulas, já fechou contrato com 36 fabricantes de café e continua negociando com cerca de outras 14.
A ABIC (Associação Brasileira da Indústria de café) estima que cerca de seis companhias brasileiras estejam colocando seus cafés em cápsulas, além das empresas de maior porte como 3corações, Master Blenders, a portuguesa Delta e a Nestlé, que foi uma das pioneiras desse mercado, há pouco mais de uma década. Com o grande potencial do segmento, a multinacional suíça anunciou, em dezembro do ano passado, a construção de uma fábrica no país, com investimentos de cerca de R$ 200 milhões.
O volume total de cápsulas vendidas no mercado brasileiro cresceu 52,4% de 2013 para 2014, de acordo com pesquisa feita pela Nielsen, encomendada pela ABIC. “São números impressionantes, muito acima do volume de café consumido como um todo”, diz Nathan Herszkowicz, diretor-executivo da Entidade. A mesma pesquisa mostra que 26% da classe A no Brasil (que totaliza 8,5 milhões de pessoas) tem máquina para cápsulas.
O diretor da ABIC avalia que o mercado de cápsulas continuará em expansão. Diante do grande número de empresas de menor porte que também vêm lançando esses produtos.
A Kaffa, que já produzia cápsulas para a brasileira café Utam, inaugurou em julho do ano passado uma fábrica no país. Como a demanda tem sido maior que a esperada, a empresa já vai ampliar sua unidade industrial. A companhia também tem planos de atender clientes do Mercosul a partir da fábrica brasileira e até inaugurar um centro de torra para receber café verde de seus clientes.
A Kaffa desembarcou no país com investimentos de R$ 3 milhões na fábrica em Ribeirão Preto (SP), com capacidade para produzir até 129 milhões de cápsulas por ano (em três turnos). A unidade, a primeira da empresa fora de Portugal, registrou crescimento superior a 300% em sua produção de agosto a dezembro de 2014, segundo Alexx Noga, diretor comercial e de marketing da empresa no Brasil.
As novas marcas de cápsulas de café deverão chegar às redes de supermercados ainda neste mês, principalmente nos Estados de São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais, estima Noga.
Em pouco tempo no país, a Kaffa já se prepara para transferir sua produção para uma fábrica maior. Foi alugado um novo prédio, que também deve garantir maior espaço para estocagem de matéria-prima. A mudança deverá ocorrer no próximo mês. E, até o fim do ano, deverá ser instalada mais uma máquina para a fabricação das cápsulas.
Os aportes para ação comercial e a ampliação da unidade somam R$ 1 milhão este ano. A empresa também quer terceirizar a produção de cápsulas para clientes do Mercosul, com foco em Argentina, Uruguai, Peru e Chile.
Para atender os mercados brasileiros e do Mercosul, a expectativa é que a Kaffa produza este ano até 21 milhões de cápsulas, diz Noga. Mas a estratégia da empresa não é ser apenas uma prestadora de serviços no país. Por isso, a companhia planeja estabelecer uma loja virtual para vender cápsulas de várias empresas, diz o diretor.
A Kaffa teve faturamento de € 11 milhões em 2014 em Portugal. No país europeu, a fábrica da companhia tem capacidade para produzir 350 milhões de cápsulas ao ano. A Kaffa também detém um sistema exclusivo com sua marca, comercializando uma máquina própria.
ABRE
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