Mercedes-Benz afasta operários e Iveco para em MG

Duas fábricas de caminhões em Minas Gerais adotaram novas medidas de corte na produção, indicando que o ciclo de ajustes na indústria de veículos comerciais não se encerrou com as férias coletivas dos últimos dois meses.
Em Juiz de Fora, onde monta caminhões extrapesados, a Mercedes-Benz decidiu afastar 158 trabalhadores da produção, ao mesmo tempo em que a Iveco interrompeu ontem a produção de duas linhas em Sete Lagoas.
Na Mercedes, 21% dos 750 empregados da fábrica mineira terão, a partir de 18 de agosto, os contratos suspensos em regime conhecido como "layoff", no qual os empregados ficam longe da produção por até cinco meses. Nesse período, eles têm parte do salário - R$ 1,3 mil - custeada por recursos do Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT) e passam por cursos de qualificação profissional.
Na sexta-feira, os operários da Mercedes, além do "layoff", aprovaram a introdução do sistema de banco de horas na fábrica de Juiz de Fora, o que vai dar maior flexibilidade para a montadora adequar a carga de trabalho às suas necessidades de produção. Adotando essa ferramenta do banco de horas, a Iveco vai suspender por dez dias a produção de caminhões leves. Já a produção de caminhões pesados para por 13 dias em Sete Lagoas.
Balanço divulgado pela Fenabrave, a entidade que abriga as concessionárias de veículos, mostra que as vendas de caminhões recuam pouco mais de 13% neste ano. Além da queda de demanda, os fabricantes precisam reduzir o ritmo para equilibrar os estoques, que estão acima do normal.
Tanto em Juiz de Fora como na fábrica de São Bernardo do Campo, no ABC paulista, a Mercedes já tinha adotado medidas como licença remunerada, férias coletivas e semana curta, com um dia a menos de trabalho. Em São Bernardo, 1,2 mil operários estão em "layoff" desde o mês passado e um programa de demissões voluntárias segue aberto para eliminar um excesso de mão de obra estimado em 2 mil funcionários.