sexta-feira, 22 de agosto, 2014

Com produção local, Acer busca maior fatia de tablets

Cinco anos depois de abrir um escritório no Brasil e conquistar espaço no mercado de notebooks, a fabricante taiwanesa Acer agora quer avançar nos tablets. Para seguir nessa estratégia, a companhia iniciou a fabricação local no país. O investimento não foi revelado.
O primeiro modelo, um aparelho de 7 polegadas, com processador da Intel, chegará às lojas semana que vem por R$ 499. A produção ficará a cargo de uma companhia especializada em produção de eletrônicos sob demanda no interior de São Paulo. Atualmente, a companhia vende dois tablets no Brasil, que chegam ao país importados. "Estamos buscando redução de custo e escala para oferecer um produto acessível e de qualidade. E para isso é preciso ter produção local", disse ao Valor, Germano Couy, novo presidente da fabricante no país.
Há mais de 20 anos no mercado de tecnologia, o executivo estava nos últimos dois à frente da unidade de mobilidade da Positivo Informática, responsável pela entrada da fabricante na área de smartphones. E essa experiência será importante para a Acer no momento.
Quarta maior fabricante de PCs no mundo, a Acer vem, assim como outras companhias, investindo na diversificação de sua atuação para compensar a queda nas vendas de computadores. De acordo com Couy, o reforço na operação de tablets no Brasil está relacionado ao rápido crescimento nas vendas.
A expectativa é que em 2014 as vendas de tablets cresçam 35% e ultrapassem as de notebooks. Segundo a empresa de pesquisa IDC, serão 10,7 milhões de unidades dos aparelhos sem teclado e com tela sensível ao toque, ante 8,4 milhões dos aparelhos tradicionais. Com marcas globais como HP, Samsung e Apple, e locais como Multilaser e Positivo, o mercado tem visto uma disputa acirrada na categoria de produtos com telas de 7 polegadas e preços entre R$ 300 e R$ 500.
Os modelos com telas pequenas vinham sendo os grandes motores do mercado mundial de tablets, impulsionados principalmente pela demanda em países emergentes. Agora, no entanto, a categoria começa a ser vista com certa desconfiança. De acordo com a empresa de pesquisa Strategy Analytics, os consumidores têm preferido comprar smartphones com telas enormes em detrimento dos tablets com telas pequenas.
Também conhecidos como phablets, os aparelhos com telas que podem chegar a seis polegadas estão no portfólio de empresas como Samsung, LG, Sony, Microsoft Devices (antiga Nokia) e até da própria Acer. A expectativa é que no mês que vem a Apple lance uma versão do iPhone com tela grande. No Brasil, Couy diz que os phablets ainda estão muito caros, por isso não ganharam espaço até agora. "Mas os preços vão cair até o 2º semestre do ano que vem", disse.
Apesar do foco em tablets, os planos do executivo não deixam de lado os PCs tradicionais. Para o ano que vem, a meta é entrar em categorias que a companhia ainda não atuava, como os desktops do tipo tudo em um (que não têm a torre ligada ao monitor, todos os componentes ficam embutidos na tela) e os notebooks 2 em 1 (que podem ser usados como tablet. O objetivo também é iniciar a venda para empresas de pequeno porte. "Os sinais são de que o mercado de PCs parou de cair. E podemos avançar investindo em áreas que ainda não atuávamos", disse.
Com 85 funcionários no Brasil, a Acer vende 16 produtos, entre notebooks, tablets e projetores, número que será ampliado para 20 em 2015.
Valor Econômico - 12/08/2014
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