terça-feira, 29 de abril, 2014

P&G investe R$ 1 bi na produção até 2015

A Procter & Gamble, maior fabricante de bens de consumo do mundo e dona de marcas como Pantene, Pampers, Gillette e Ariel, vai investir R$ 1 bilhão para ampliar a capacidade de produção no Brasil, onde tem seis fábricas e emprega 5 mil pessoas. A informação foi dada ontem, ao Valor, pelo presidente da P&G no Brasil, Alberto Carvalho.
Os recursos, do caixa da companhia, serão desembolsados neste ano e em 2015. Segundo o executivo, serão suficientes para preparar o crescimento da companhia nos próximos quatro ou cinco anos.
Carvalho vai destinar mais da metade do R$ 1 bilhão à fábrica localizada em Louveira (SP), onde a P&G produz atualmente fraldas (Pampers) e absorventes (Always). "Queremos ampliar Louveira para que ela se torne uma fábrica de multicategorias de produtos", disse Carvalho. Esta fábrica poderá, quando terminadas as obras, produzir também a parte líquida do portfólio, por exemplo. A empresa é dona dos produtos para cabelos Pantene e dos sabões e detergentes Ariel.
Nos últimos três a quatro anos, a Procter & Gamble investiu cerca de R$ 500 milhões no Brasil, disse Carvalho. Os recursos previstos para os próximos dois anos estão sendo aplicados em compra de máquinas, terrenos e na ampliação de prédios. Além da unidade de Louveira, as demais cinco fábricas da P&G no país também receberão investimentos neste ano fiscal que se inicia em julho de 2014.
"Também estamos fazendo estudos para saber se há necessidade de termos mais centros de distribuição", diz Carvalho, que informou que a taxa de crescimento anual das vendas da P&G é de dois dígitos no país. Daí a necessidade de se ampliar a capacidade de produção. Os produtos importados pela companhia equivalem a menos de 10% do portfólio.
Carvalho informou que, entre lançamentos e relançamentos, a P&G está colocando no mercado brasileiro cerca de 300 itens entre julho de 2013 e junho de 2014. O mesmo número está sendo previsto para o próximo ano fiscal. A meta para 2013/2014 era de 200 itens.
O maior número de lançamentos, diz Carvalho, levou a Procter a liderar algumas categorias nos últimos meses. Pantene, segundo ele, é desde o fim do ano passado a marca de produtos para cabelos mais vendida nos país em farmácias e supermercados. A Gillette, que já era dona de mais de 70% do mercado de lâminas de barbear, tem mais de 80% agora. Always, há cinco meses, também lidera a categoria de absorventes, diz o executivo. E a escova elétrica Oral B, lançada em setembro, já abocanhou cerca de 10% das vendas totais de escovas de dentes.
A classe média, diz ele, mesmo com a inflação mais alta, não voltou-se a produtos mais baratos. No setor de consumo, as categorias que mais têm sofrido com o comprometimento do bolso do consumidor são as de alimentos e bebidas, mas novos produtos de higiene pessoal e de limpeza doméstica e de categorias "premium" não foram abandonados pelo consumidor brasileiro - ao contrário, diz ele.
"O consumidor da classe média ainda está na fase de experimentação, de produtos premium, de melhor qualidade. E uma vez que ele experimenta, ele não volta para o produto mais barato", disse ele, que já viu o mesmo comportamento se repetir em países como Índia, China e Turquia.
Esse desejo de provar algo novo abre espaço para que a companhia continue lançando produtos premium e reajustando seus preços. A P&G elevou os preços de seu portfólio no país, "em linha com a inflação" em janeiro, disse Carvalho. Ele calcula que os produtos premium e de preço intermediário respondam por 60% do portfólio da empresa no Brasil.
Na lista de produtos e marcas novas a serem apresentadas aos brasileiros nos próximos meses está a de barbeadores elétricos Braun. "Vamos começar a vender esses barbeadores em julho no varejo", diz Carvalho.
A reestruturação dos negócios globais da P&G, que vem sendo promovida pelo CEO mundial A.G. Lafley, afetou pouco as vendas da companhia no Brasil, segundo Carvalho. Nos primeiros dias deste mês de abril, Lafley anunciou a venda de três marcas de ração para animais de estimação, por US$ 2,9 bilhões, para a Mars. "Esta categoria era pequena aqui no Brasil. O impacto foi pequeno para nós", disse Carvalho. A P&G havia entrada no mercado de ração para animais de estimação em 1999, quando comprou a Iams e a Eukanuba, por US$ 2,3 bilhões.
Antes de assumir a presidência da P&G no Brasil, em dezembro de 2012, Carvalho, engenheiro nascido em Pernambuco, era vice-presidente mundial da Gillette. Ele havia saído da P&G, no Brasil, 15 anos antes, para trabalhar em diversos postos da companhia na América do Sul e nos Estados Unidos.
Segundo a revista "Valor 1000", a Procter & Gamble do Brasil S.A. teve receita líquida de R$ 3,2 bilhões em 2012 no país, com prejuízo de R$ 683,2 milhões. Os resultados referentes a 2013 não foram informados pela companhia.
Valor Econômico - 29/04/2014
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